Nascido na cidade de Irati em 1968, Jozia morou com a família em Teixeira Soares, numa fazenda da Iapar, localizada em Florestal, onde o seu pai trabalhava como funcionário público. O local ficava a aproximadamente 20 quilômetros da cidade. “Apesar da condição financeira ruim, tive uma infância muito boa, com uma família unida. Somos quatro irmãos, três homens e uma mulher, e sempre mantivemos contato. Antes da pandemia, nós nos reuníamos para um bom chimarrão, durante a semana, e para aquele churrasquinho, aos finais de semana”.
Ainda menino, Jozia iniciou os estudos em uma pequena escola que havia na fazenda, chamada na época de Grupo Escolar de Florestal. Tempos depois, foi estudar no Colégio São Vicente de Paulo em Irati e na década de 1980, com seus 12 anos, se mudou com a família para Ponta Grossa, continuando os estudos nos Colégios Becker e Silva, Regente Feijó e Kenedy. “O ensino era diferente, mais rigoroso. Lembro com carinho dessa época, fiz muitas amizades e algumas permanecem até hoje”, conta.
Devido às dificuldades, precisou largar os estudos cedo e ingressar no mercado de trabalho. Entre 1984 e 1988, fez parte da Banda Escola Lyra dos Campos, que contribuiu com a sua formação pessoal e profissional. “Foi um período muito bom, em que fiz grande amizades. O maestro Sargento Adauto Vieira de Paula tinha um jeito carinhoso de lidar com os jovens músicos, incentivando-os a seguir a carreira. A música ficou até hoje no meu sangue e sou muito feliz por ter vivido tudo isso”.
Ingresso na UEPG e retorno à sala de aula
Com 23 anos, Jozia teve o seu primeiro contato com a UEPG, quando surgiu a oportunidade de trabalhar na Seção de Vigilância. A experiência, que durou em torno de 9 meses, influenciou na sua escolha profissional. Com o sonho de ser funcionário da instituição, ele retornou para a UEPG em 1995, como servidor efetivo na então Seção de Vigilância. “A universidade, além de ser um ambiente estável, também oferecia incentivo para o crescimento profissional e isso exerceu um grande peso na minha decisão”. Nessa época, desejava voltar às salas de aula e aproveitou a flexibilidade que tinha com a escala de serviço para retomar os estudos. “Foi uma correria total, eu trabalhava de dia e estudava à noite. Mas, consegui concluir o segundo grau no Colégio Senador Correia”, relembra Jozia.
Mas ele não parou por aí, em 2011, fez Especialização em Gestão Inovadora de Produtos, Serviços e Cadeia de Suprimentos na UEPG e em 2014 concluiu o Curso de Bacharelado em Administração Pública, também na UEPG. “Conheci o Jozia, primeiramente, como aluno no curso de gestão do departamento de Administração e depois trabalhamos juntos por oito anos na Prorh. Ele é uma pessoa gentil, educada, muito profissional e sempre zeloso com as atividades que desempenha. Foi um grande prazer ter tido a oportunidade de trabalhar com ele, ganhei um grande amigo”, afirma a professora do departamento de Administração da UEPG, Eliane de Fátima Rauski.
Vida profissional e admiração dos colegas
Jozia é admirado pelos colegas por vários fatores, dentre eles estão a dedicação e comprometimento com que exerce a sua função e a forma prestativa com que trata as pessoas que estão ao seu redor. Sempre disponível para ajudar, a proatividade é uma das principais características destacadas por outros servidores. Para Sonia Aparecia Gomes Ribas, Assistente Social da Pró-reitoria de Recursos Humanos (Prorh), o servidor serve como exemplo a ser seguido. “Trabalhamos juntos desde 2002, e ele contribuiu de forma relevante em ações e eventos que promovemos na Prorh, em favor do servidor. Além de desempenhar as suas atividades de maneira responsável, possui grande conhecimento na área de Segurança do Trabalho. Sempre pudemos contar com ele, que é muito solícito com todos na instituição. Eu o considero um grande amigo”.
Zilmara Antunes, Secretária da Seção de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, conhece o servidor desde 2013 e destaca o seu comprometimento e disponibilidade para ajudar outros colegas. “Quando ingressei no Campus Uvaranas, na Comissão de Sindicância e Processo Administrativo (Cosinpro), o Jozia auxiliava o setor participando de várias comissões. Sempre prestativo, nunca reclamou do trabalho. Na Prorh, foi muito participativo e fez parte de todos os eventos promovidos pela Seção de Assistência e Promoção Social”, relembra. “Ele é uma pessoa responsável, prestativa, inteligente e que está sempre disposta a contribuir. É um verdadeiro amigo, com quem podemos contar, seja na área profissional ou pessoal”, declara.
Vale ressaltar que o servidor já desempenhou diversas funções dentro da instituição. Sempre participativo, compôs cerimoniais de eventos promovidos pela Prorh, foi Diretor do Sindicato dos Técnicos e Professores da Universidade e Presidente da Associação de Pais e Mestre da Escola Halia Terezinha Gruba, que faz parte do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic-UEPG). Em 2010, atuou como secretário na Comissão de Concurso para Provimento de Docentes, sob a supervisão do Professor José Carlos Borsato. E nesse mesmo período, trabalhou junto à Seção de Provimento de Cargos, sob a chefia do servidor Gilmar Francisco Eleutério Zardo, que passaria o cargo para Jozia após a aposentadoria. “Ele ficou até o final de 2014 à frente da Seção. Como um funcionário dedicado ao trabalho que lhe é confiado, procura sempre atualizar-se em sua área de atuação, contribuindo de forma positiva para o engrandecimento da nossa querida Instituição. Além disso, está sempre disposto a colaborar com seus colegas de trabalho”, afirma o servidor aposentado Gilmar Zardo.
Diante do cenário atual de pandemia, o maior desafio para Jozia está sendo manter o distanciamento físico do trabalho e dos amigos que fez ao longo desses 26 anos de UEPG. Sente saudades das atividades que desempenhava, da convivência com os outros servidores e da instituição que representa uma segunda casa para ele, mas sabe que este é um esforço necessário para que tudo melhore. “A UEPG passou a fazer parte da minha vida, é como uma família. Está arraigada em mim. Sem falar que a universidade me proporcionou grandes amizades, que mantenho até hoje. Inclusive temos um grupo no WhatsApp, onde eu converso com o pessoal. Sinto muita falta de tudo e de todos, mas o isolamento é um ‘mal’ necessário. Em breve teremos a oportunidade de reencontrar os amigos e abraça-los”, expressa com esperança no olhar.
Texto: Vanessa Hrenechen Fotos: Luciane Navarro, banco de imagem UEPG e acervo pessoal Jozia do Nascimento