A Universidade Estadual de Ponta Grossa vai contar com nomes renomados do teatro para compor o júri da Mostra de Teatro – 50º Festival Nacional de Teatro (Fenata). Os espetáculos selecionados serão avaliados por Guta Stresser, Adriano Petermann e Gilvan Balbino, todos com uma longa e consolidada carreira nas artes cênicas, que converge com a própria história do festival. Conheça um pouco dessas feras e como será a avaliação das peças em cartaz.
Guta Stresser, jurada
Para Guta, que acaba de completar 50 anos, participar dessa edição histórica do Fenata é motivo de honra e felicidade. “É um privilégio por ser um evento de extrema importância no calendário dos grandes festivais de teatro no Brasil. Espero encontrar e me surpreender com a uma qualidade de elenco, produção e dramaturgia”.
Para a jurada, festivais como o Fenata trazem um grande recorte do que acontece em termos de teatro e da cena cultural em todo país. “Então espero ver diferentes pessoas, diversos sotaques e propostas de linguagem diferenciadas. Estou com uma expectativa bem alta da qualidade dos espetáculos”. Com seu olhar atento, Guta vai acompanhar 17 peças selecionadas para a mostra competitiva. “Estarei principalmente com a alma e o espírito disponível para receber a arte dessas companhias que vão se apresentar”, completa.
Adriano Petermann, jurado
Ator, diretor, produtor teatral e professor de teatro curitibano, Petermann atua há mais de 20 anos na carreira artística. Integrou o elenco das novelas Além da Ilusão e Pantanal. Esteve na série de TV Orgulho e Paixão (2018). No cinema, participou de ‘Sonhos Tropicais’ (2001). No teatro atuou, dentre outros destaques, em ‘Ilíada de Homero – Canto 17’ com direção de Octavio Camargo, ‘A Anta de Copacabana’ de Rafael Camargo e ‘Meu caro vizinho’ (2013) de dramaturgia do canadense Thomas Morgan Jones e direção de Zé Alex.
Petermann conta que começou a fazer teatro no início da década de 1990, em um grupo de teatro amador, participando da geração de grupos e festivais que tradicionalmente fomentava o teatro no Paraná e no resto do Brasil. “Não havia internet. Era o jeito de a gente do teatro se encontrar e trocar ideias e pesquisas, fazendo um painel daquele momento da nossa história, da nossa arte para desenvolver e evoluir, e o Fenata já era um Festival importante que eu sonhava em participar”.
Foi só em 2006, com a Cia. Enviezada (RJ), que ele conseguiu participar como ator, com o Espetáculo ‘O Sonho’, de August Strindberg. “Ganhamos alguns prêmios, um deles de Melhor Atriz Coadjuvante que foi pra Stella Mariss que hoje é mãe de minhas filhas e minha sócia numa outra Companhia de Teatro. Em 2016, fiz A Anta de Copacabana, mas aí como convidado”, lembra. Atualmente Adriano está no ar como o personagem Berimbau, na novela ‘Cara e Coragem’ na Rede Globo. Também participa de ‘Cilada’, série de humor com Bruno Mazeo, no Multishow. Em novembro, estará em turnê por cidades do Paraná com o espetáculo ‘Bernard Só’ da Cia Curitibana Portátil de Teatro.
Gilvan Balbino, curador e jurado
“O que o público pode esperar são trabalhos potentes, com fazedores de teatro extremamente compromissados com suas funções artísticas tanto os atores, atrizes como os que compõem a ficha técnica dos espetáculos: diretores, iluminadores, sonoplastas, cenógrafos, figurinistas e todas as outras funções que o teatro agrega pra que a peça seja um espetáculo que comungue com a plateia tão diversa como as peças selecionadas”, ressalta Gilvan Balbino, curador e jurado.
Balbino é um dos responsáveis por criar e consolidar a Mostra de Rua do Fenata. O diretor, ator e dramaturgo do Grupo Teatral de 4 No Ato (RJ) estreou, em 2003, a categoria Teatro de Rua com a peça ‘A Farsa do Bumba-meu-boi’. “Ficamos tão apaixonados pelo festival que no ano seguinte voltamos e criamos a Mostra Especial, junto com o Cláudio Jorge Guimarães, na época coordenador do evento. A categoria existe até hoje, levando peças, contação de histórias, espetáculos de circos e outras manifestações artísticas para muitos lugares da cidade, no centro e na periferia, presídios, asilos, creches e escolas, democratizando o acesso a toda a população e os convidando a vivenciar o teatro.
Gilvan participou de diversas edições do festival como curador, jurado, oficineiro, ator, diretor e contrarregra. “Espero ter contribuído com o Fenata tanto quanto ele contribuiu e contribui para minha formação artística e pessoal”. Nascido em Palmares (PE), atualmente ministra oficinas nas áreas de Teatro de Rua, Dramaturgia e Expressão Corporal, em vários festivais e escolas de teatro do Brasil e Exterior. Ao longo da carreira, desenvolveu textos, fez direção e interpretação em espetáculos de diversas companhias brasileira.
“Como jurado, pretendo potencializar as qualidades artísticas de cada grupo, incentivando-os para que busquem através de estudos e pesquisas aprimorar as artes cênicas que, como qualquer outra profissão, é preciso investimento, tempo e dedicação para amadurecer e dialogar diretamente com o público, fazendo-o, não apenas se emocionar (rir/chorar), mas, sobretudo, refletir sobre o estar vivo e como a arte é primordial para a nossa vida”.
Texto: Sandrah Souza Guimarães Fotos: Acervo pessoal