UEPG recebe pesquisadores da Universidade da Província de Kyoto

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Hoje (2), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu uma comitiva de pesquisadores japoneses da Kyoto Prefectural University (KPU) para celebrar a parceria entre as universidades do Brasil e do Japão, com o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti-PR) e da Fundação Araucária (FA).

O vice-reitor da UEPG, Ivo Mottin Demiate, declara que é uma alegria imensa receber a comitiva da KPU, e antecipa: os alunos podem se preparar e estudar para o momento em que as universidades terão uma interação maior, incluindo mobilidade acadêmica e de professores e pesquisadores. “A gente sabe da qualidade da pesquisa, da ciência e tecnologia no Japão. Eles sempre foram muito receptivos. Eu tive uma experiência lá  há muito tempo e foi muito marcante para toda a construção da minha história aqui na universidade, na pesquisa”, comenta. “O professor Miguel esteve numa missão no Japão, nós estamos alinhando grandes novidades e grandes parcerias para a UEPG, para o estado do Paraná, junto a mais essa universidade japonesa”, finaliza Demiate

Michiyo Yamaguchi, vice-reitora da KPU, e André Freire Cruz, professor da KPU puderam conhecer a UEPG na manhã desta terça-feira e participar de duas mesas de discussão preparadas especialmente para eles: “Letras e Ciências Sociais: oportunidades de colaboração com a UEPG”, coordenada pela diretora do Escritório de Relações Internacionais da UEPG (ERI), professora Sulany Silveira dos Santos e com apresentação de Yamaguchi; e “Produção de alimentos e futuro sustentável”, coordenada pela professora Jesiane Batista, com apresentação do professor Freire Cruz. 

A visita da comitiva da KPU faz parte de uma programação que visa dar continuidade às tratativas iniciadas durante a missão ao Japão realizada pela comitiva de brasileiros que esteve em diversas cidades japonesas, no início deste ano. Na ocasião, Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, declarou que há um vínculo permanente entre os dois países, algo que vai além dos processos de imigração do passado. Yamaguchi, encantada com a sua primeira visita ao Brasil, saiu de um verão úmido e quente para encontrar uma onda de frio na região Sul do Brasil. “As pessoas foram tão amigáveis e gentis que eu esqueci esse frio”, comenta. “Estou muito feliz por poder estreitar os laços de amizade entre a Universidade da Província de Kyoto e a UEPG. Espero que possamos avançar para estabelecer um termo de cooperação entre as duas universidades”. Yamaguchi agradece pela colaboração com a Fundação Araucária e enfatiza que já espera os estudantes brasileiros em Kyoto. 

O vínculo entre a UEPG e a KPU será, a partir de agora, fortalecido nas áreas definidas como potenciais para o desenvolvimento das pesquisas em conjunto e troca de tecnologias. Isso se dá pelo desejo das universidades japonesas em assinar termos de cooperação com as estaduais do Paraná voltados à mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores que falam português. 

A diretora do ERI, professora Sulany dos Santos, declara que a visita da KPU abre portas para o estabelecimento de parcerias formais com a UEPG, possibilitando o intercâmbio de alunos, professores e pesquisadores. “Acordos de pesquisa conjunta podem ser firmados, unindo as expertises de ambas as instituições para o desenvolvimento de projetos inovadores e de alto impacto”, afirma. Segundo a diretora, isso gera oportunidades únicas para alunos de pós-graduação e pesquisadores, além de contribuir para o avanço do conhecimento em áreas estratégicas, atraindo talentos de todo o mundo, “elevando o prestígio da instituição e a qualidade da sua comunidade acadêmica”.

Além do foco na área de Letras, existe um especial interesse na área de Agronomia voltada para o tema dos alimentos funcionais. O Paraná tem estruturado o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Alimentos Saudáveis, que envolve pesquisadores das universidades e centros de pesquisa e, também, de ambientes de inovação, como o Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, na região Oeste do estado.

Para o assessor de relações institucionais e cooperação internacional da Seti, Paulo Schmidt, que esteve na UEPG representando o secretário Aldo Nelson Bona, a parceria entre o Paraná e a KPU será frutífera. Schmidt reforça o apoio da Seti para que as parcerias aconteçam da melhor forma possível, e declara: “esperamos que essa oportunidade traga uma condição efetiva de desenvolvimento, tanto para as universidades do Japão, quanto para as universidades paranaenses”. 

Após a recepção realizada na Sala dos Conselhos, no Campus Uvaranas, os pesquisadores seguiram para as demais atividades e para uma visita técnica na Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon), onde puderam conhecer um pouco sobre o manejo do gado bovino e a plantação de trigo.

André Freire Cruz é professor da KPU e está no Japão há 27 anos e desenvolve pesquisas voltadas para a área de Biologia do Solo. Freire Cruz declara que Brasil e Japão podem contribuir muito um com o outro no que diz respeito a uma agricultura sustentável. “O Brasil é um celeiro mundial. Ele produz e exporta muita coisa para o Japão e principalmente no que diz respeito à soja, milho, café e agora tende a melhorar a produção de frango e de carne bovina. Então, são coisas que a gente pode dar sugestões do dia a dia, de sustentabilidade da produção, dicas de como seguir os protocolos japoneses, para fomentar o aumento da exportação e fazer aqui no Brasil, uma produção mais sustentável”, reforça André.

O professor da KPU afirma que as potencialidades de parceria com a UEPG podem englobar transferência de tecnologia e mobilidade de estudantes e pesquisadores.

Japão e Paraná

No dia anterior à vinda da comitiva para a UEPG, os professores estiveram em Curitiba para uma passagem pela Fundação Araucária. Recebidos pelo presidente Ramiro Wahrhaftig pela assessora Eliane Segati, os pesquisadores também encontraram com Miguel Sanches Neto, com Aldo Nelson Bona, Paulo Schmidt e Gisele Onuki, da Seti, e puderam conhecer um pouco mais sobre a estrutura das universidades paranaenses e alguns programas desenvolvidos pela FA.

Ramiro comenta que a tradição de colaboração entre Paraná e Japão vem de longa data. “Desde a implantação do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), nos anos 1980, a cooperação com o Japão foi fundamental. Isso foi possível graças a uma cooperação com Hyogo financiada pelo governo japonês e pelo governo do Paraná”. 

KPU e FA assinaram um acordo de mobilidade estudantil como parte do programa Gaining the World of Science e o Paraná Fala Idiomas, e seguiram para um encontro com o cônsul do Japão em Curitiba, Yasuhiro Mitsui.

Presenças

Estiveram presentes, na UEPG: reitor e vice-reitor, Miguel Sanches Neto e Ivo Mottin Demiate, respectivamente; vice-reitora da Kyoto Prefectural University, Dra. Michiyo Yamaguchi, professor da Kyoto Prefectural University, Dr. André Freire Cruz; o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Renê Francisco Hellman;  Pró-reitora de Gestão de Pessoas da UEPG, professora Eliane de Fátima Rauski; Pró-Reitora de Assuntos Estudantis da UEPG, Professora Ione Jovino;  a diretora do ERI, professora Sulany Silveira dos Santos; professora Jesiane Stefania da Silva Batista; o reitor da Universidade estadual do oeste do paraná – professor Alexandre Almeida Webber; assessor de Relações Institucionais e Cooperação Internacional da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Professor Paulo Afonso Schmidt; a Assessora da Diretoria de Ensino Superior da Seti, Gisele Miyoko Onuki; a representante da Associação Cultural Esportiva Nipo-brasileira de Ponta Grossa, Lúcia Reiko Sumikawa; Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Unioeste, professora Sanimar Busse, Pró-reitora de Recursos Humanos, Joseane Rodrigues da Silva Nobre; Diretor da Editora Universitária da Unioeste, Eurides Kuster Macedo Junior; Assessora Especial da Assessoria de Comunicação Social da Reitoria da Unioeste, Rosislene de Fátima Fontana; Assessora-adjunta de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Unioeste, Naiani Borges Toledo; docente e pesquisadora da Unioeste, professora Mônica L. Fiorese; docente da Unioeste e representante do Napi Biodiversidade, professora Fabiana Gisele da Silva Pinto; técnico administrativo da Assessoria de Comunicação da Unioeste, Vinicius Barreto Pereira. 

Participaram das mesas de discussões os professores: Lucimar Fraga, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da UEPG; professora Valeska Carlos, diretora da Escola de Línguas, Literaturas e Culturas (Eslin); os professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia: Ricardo Ayub, Pedro Henrique Weirich Neto e Rafael Mazer Etto. 

Texto e fotos: Domitila Gonzalez.


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