Na última semana, entre os dias 16 e 20 de março, aconteceu, de forma remota, o 1ª Interligas de Odontologia em Saúde Coletiva do Paraná. O evento foi organizado por acadêmicos e professores da Liga de Odontopediatria e Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Ponta Grossa (LOSC/UEPG), Liga Acadêmica de Odontologia em Saúde Coletiva da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (LASC/PUC-PR) e pela Liga Acadêmica de Odontologia em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (LAOSC/UFPR).
O evento marcou o Dia Mundial de Saúde Bucal, comemorado em 20 de março, desde 2012. A data tem como objetivo incentivar ações que valorizam a saúde bucal e diversos fatores como falar, sorrir, saborear e transmitir inúmeras emoções da expressão facial. O tema central do evento foi “(In)visibilidades em Odontologia: Discutindo as desigualdades” e a programação foi realizada via Youtube.
O evento contou com 581 pessoas inscritas e teve participação de pessoas de 16 estados. Ao longo dos cinco dias, as palestras somaram mais de 3 mil visualizações no Youtube. A programação do evento teve cinco palestras, que abordaram a experiência de profissionais negros e o atendimento odontológico em indígenas, na rede pública, nas ruas e no sistema carcerário.
As palestras foram ministradas por profissionais e professores, que além de discutirem o conhecimento teórico, também abordaram a experiência prática. As palestras continuam disponíveis por sete dias no Youtube.
O professor do Departamento de Odontologia da UEPG Manoelito Ferreira Silva Júnior, que é docente responsável pela LOSC-UEPG e participou da comissão de organização do evento, celebra o sucesso da transmissão. “Tivemos uma participação efetiva de profissionais de saúde, gestores, acadêmicos da graduação e pós-graduação e docentes de todo Brasil, o que enriqueceu ainda mais o debate”, pensa.
Para Júnior, o evento evidencia o papel triplo de ensino, pesquisa e extensão da Universidade. “Comunicamos com outros setores da sociedade, e da gestão, e permitimos que acadêmicos possam gerir um evento com um formato adequado às suas próprias necessidades, sendo mais autônomos no seu processo de aprendizagem. Espero que essa seja a primeira de muitas edições do evento”, completa.
Proposto pelas Ligas Acadêmicas de Saúde Coletiva, o evento foi organizado por 16 membros das ligas. “Foram meses de organização e preparo para que a nossa semana de luta pela ‘(in)visibilidade em odontologia: discutindo as desigualdades’ desse certo”, conta Nicoly Ghilardi Cardoso, membro da LAOSC/UFPR. “Foi com toda certeza um ganho inimaginável de experiência pessoal e profissional”, relata.
“Nem sempre nos cursos da saúde são abordadas em profundidade as questões sociais envolvidas no processo saúde-doença e muitos de nós acabamos não questionando sobre a raiz de tantos problemas sociais refletidos na condição de saúde”, reflete Elis Carolina Pacheco, que participou do evento. “Trazer debates sobre racismo, população em situação de rua e indígenas, por exemplo, dentro da Odontologia, foram grandes avanços, pois são realmente assuntos ‘invisíveis’ na nossa área”, adiciona.
Texto: Divulgação | Adaptação: William Clarindo | Foto em destaque: Aline Jasper