Os corredores mudam de estado quando ele passa. Sempre com o carrinho de suprimentos – seu fiel companheiro, Luiz Padilha Borges viu o Hospital Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) crescer e se transformar em referência no atendimento na região. A evolução da instituição também tem o dedo de Luiz. O servidor atua na instituição desde o primeiro dia de atividades, em março de 2010. No aniversário de 12 anos do HU, Luiz conta da trajetória profissional dentro do Hospital. 
No início, eram as paredes do Hospital e os servidores. Dentre eles, Luiz que, desde o primeiro dia, era encarregado por suprir os materiais de limpeza em todos os setores do Hospital. “Desde que entrei aqui, sempre faço minha função com muita alegria”, conta. O orgulho pelo seu trabalho não é à toa – se tem materiais de limpeza nos setores, álcool gel e sabonete nos recipientes, é porque Luiz passou por lá.
O trabalho no início era mais puxado. “Quando eu entrei, eu mesmo verificava em todos os setores o que estava faltando e substituía prestando atenção no prazo de validade. Agora, geralmente me chamam, porque eu distribuo para as mulheres da limpeza, mas ainda faço essa verificação quando dá”, descreve.
Memórias
“Nós chegamos praticamente junto com os móveis, já que o prédio estava vazio ainda”, relembra. Luiz não exagera quando diz que o prédio estava sem móveis. O servidor lembra da chegada do mobiliário, do ato de tirar o plástico e sentir o cheiro de novo. Algumas peças que estão no HU foram montadas pelas mãos dele. “Depois de montados, distribuímos os móveis nos setores. Todos ajudaram nessa primeira montagem”, explica.
Um das primeiras funções passadas a Luiz, quando chegou no HU, foi de fiscal de horas dos colegas. “Na época, não tinha relógio ponto e o chefe do almoxarifado me deu um livro para anotar quem chegava atrasado. Na época, fiquei meio assim de ser dedo duro dos colegas”, brinca. Com a organização administrativa, Luiz retornou às atividades de reposição dos materiais e não esquece da alegria em atuar no Hospital desde o primeiro dia. “O pessoal aqui sempre me tratou muito bem e isso me animava em vir trabalhar”, pontua.
Orgulho
A alegria em trabalhar no HU também se mistura com orgulho. Luiz se diz grato em atuar em um Hospital do porte do HU. “Lá na minha juventude, eu trabalhava em supermercado, fui do exército e depois trabalhei na rede ferroviária por 19 anos contando vagão”, conta. O recomeço profissional no HU, aos 55 anos, é um marco para Luiz. “Trabalhar aqui é ótimo. Além de ser sempre bem recebido, você se torna e se sente uma pessoa importante por estar aqui”, ressalta. 
Ao longo dos 12 anos, Luiz assistiu ao progresso. Viu o “regional” se tornar “universitário” e testemunhou a instituição de tornar forte, com auxílio dos profissionais. “Eu sinto que o nosso trabalho é bem aproveitado aqui no Hospital, pois ao longo do tempo eu vi uma melhora. Por isso não nego o meu orgulho de participar da história daqui”, adiciona.
No corredor do Hospital, com o carrinho de suprimentos, Luiz olha para a câmera. “Me fotografa com o carrinho, ele é o meu melhor companheiro, está comigo desde o primeiro dia”, sorri. Ao retornar para a sala da hotelaria, seu setor de trabalho, Luiz destaca: “Quem diria que, depois dos 50 anos, eu teria tanto gás para vir trabalhar? É porque amo este lugar”, completa.
Texto e fotos: Jéssica Natal