O segundo tipo de câncer mais comum em homens e em mulheres ainda é um tabu. A campanha do Março Azul tem como objetivo conscientizar sobre o câncer de intestino (colorretal). No Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG), alunos de Medicina e residentes médicos participaram nesta terça-feira (28) de ações de panfletagem e realizaram um mutirão de colonoscopias.
O HU-UEPG recebe pacientes encaminhados via Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar o rastreio, diagnóstico e tratamento da doença. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 45.630 novos casos de câncer de intestino para o triênio de 2023 a 2025 no país. Serão mais de 136 mil brasileiros afetados pela doença. O risco estimado é de 21,10 casos por 100 mil habitantes: sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres. Os dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade do DataSUS mostram que 20.245 pessoas morreram, em 2020, de câncer de colón, reto e ânus. “A incidência está aumentando cada vez mais por diversos fatores, principalmente condições de vida, hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade”, aponta o professor.
O aluno Marcelo Augusto de Souza, no 6º ano de Medicina, avalia positivamente a oportunidade de ter contato direto com os pacientes e de atuar na prevenção da doença. “Essa abordagem de rastreamento é algo que a gente não consegue fazer em sala de aula. No ambiente hospitalar, temos o contato com a comunidade, explicando e conscientizando”, enfatiza. “E também tem a importância da ação em si, com resultados para prevenir e diagnosticar de forma precoce o câncer colorretal”.
Prevenção e rastreio
Durante as abordagens, os alunos da UEPG falaram sobre os principais sintomas, a importância do diagnóstico precoce e formas de prevenir o câncer colorretal. Alguns fatores de risco são controláveis, como a obesidade, tabagismo, alcoolismo e sedentarismo. Alterações na dieta também podem ajudar a prevenir esse tipo de câncer, com dietas ricas em vegetais, frutas e grãos integrais e com pouca carne vermelha ou processada.
Como destaca o médico, outra ferramenta importante é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, que é mais acessível, menos invasiva e pode selecionar possíveis candidatos prioritários para fazer a colonoscopia. “Ela não detecta tão facilmente a presença de pólipos, que é a lesão retirada na colonoscopia, mas pode diagnosticar pessoas que estão com uma lesão inicial, com alta chance de cura”.
“Apesar de ser bastante frequente, o câncer de intestino tem uma chance de cura muito grande se diagnosticado de forma precoce”, assinala o professor. Fazendo o rastreio da doença em pessoas com histórico familiar de câncer ou doença inflamatória intestinal e na população acima de 45 anos, é possível identificar a doença em seu início e aumentar para até 90% as chances de cura.
Texto e fotos: Aline Jasper