HU-UEPG participa de ações de conscientização do Março Azul com mutirão de colonoscopias

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O segundo tipo de câncer mais comum em homens e em mulheres ainda é um tabu. A campanha do Março Azul tem como objetivo conscientizar sobre o câncer de intestino (colorretal). No Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG), alunos de Medicina e residentes médicos participaram nesta terça-feira (28) de ações de panfletagem e realizaram um mutirão de colonoscopias.

“Em todos os estados do Brasil, estão acontecendo durante o mês de março abordagens relacionadas à prevenção do câncer, capitaneadas pelas Sociedades Brasileiras de Coloproctologia, Gastroenterologia e de Endoscopia Digestiva”, conta o professor Marcos Ricardo da Silva Rodrigues, do Departamento de Medicina da UEPG. No HU, alunos do 4º e do 6º ano do curso de Medicina participaram da ação, que contou com panfletagem e conversas com pacientes do Hospital, seus acompanhantes e funcionários do HU. Nas conversas, uma coisa em comum: muitas das pessoas abordadas relataram ter conhecimento de casos de câncer de intestino dentre familiares próximos.

O HU-UEPG recebe pacientes encaminhados via Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar o rastreio, diagnóstico e tratamento da doença. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 45.630 novos casos de câncer de intestino para o triênio de 2023 a 2025 no país. Serão mais de 136 mil brasileiros afetados pela doença. O risco estimado é de 21,10 casos por 100 mil habitantes: sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres. Os dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade do DataSUS mostram que 20.245 pessoas morreram, em 2020, de câncer de colón, reto e ânus. “A incidência está aumentando cada vez mais por diversos fatores, principalmente condições de vida, hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade”, aponta o professor.

Também participaram das atividades os residentes de Endoscopia e de Cirurgia Geral, com um mutirão de colonoscopias. O exame é um dos principais para identificar lesões de forma precoce, antes que se tornem cânceres, explica o professor Marcos Ricardo, que é coloproctologista. Quando há sintomas de alerta, como alterações do hábito intestinal, presença de sangue nas fezes e dores abdominais, o médico encaminha para os exames de rastreio de doenças do intestino. “A colonoscopia pesquisa se tem alguma coisa alterada nesse intestino, que mudou o jeito de funcionar”, explica. Além de identificar problemas, durante a colonoscopia também é possível fazer a retirada de pólipos, aglomerados de células que podem se transformar em cânceres.

O aluno Marcelo Augusto de Souza, no 6º ano de Medicina, avalia positivamente a oportunidade de ter contato direto com os pacientes e de atuar na prevenção da doença. “Essa abordagem de rastreamento é algo que a gente não consegue fazer em sala de aula. No ambiente hospitalar, temos o contato com a comunidade, explicando e conscientizando”, enfatiza. “E também tem a importância da ação em si, com resultados para prevenir e diagnosticar de forma precoce o câncer colorretal”.

Prevenção e rastreio

Durante as abordagens, os alunos da UEPG falaram sobre os principais sintomas, a importância do diagnóstico precoce e formas de prevenir o câncer colorretal. Alguns fatores de risco são controláveis, como a obesidade, tabagismo, alcoolismo e sedentarismo. Alterações na dieta também podem ajudar a prevenir esse tipo de câncer, com dietas ricas em vegetais, frutas e grãos integrais e com pouca carne vermelha ou processada.

Como destaca o médico, outra ferramenta importante é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, que é mais acessível, menos invasiva e pode selecionar possíveis candidatos prioritários para fazer a colonoscopia. “Ela não detecta tão facilmente a presença de pólipos, que é a lesão retirada na colonoscopia, mas pode diagnosticar pessoas que estão com uma lesão inicial, com alta chance de cura”.

“Apesar de ser bastante frequente, o câncer de intestino tem uma chance de cura muito grande se diagnosticado de forma precoce”, assinala o professor. Fazendo o rastreio da doença em pessoas com histórico familiar de câncer ou doença inflamatória intestinal e na população acima de 45 anos, é possível identificar a doença em seu início e aumentar para até 90% as chances de cura.

Texto e fotos: Aline Jasper


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