A técnica de laboratório do Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Vanessa Parise Chagury, teve uma imagem captada por ela, no Microscópio Eletrônico de Varredura por Emissão de Campo (FEG) da instituição, selecionada e publicada no calendário anual da Tescan Microscopy, empresa tcheca que é a referência europeia em microscopia eletrônica. Este é o segundo ano consecutivo que a servidora tem o trabalho divulgado mundialmente.
O coordenador geral do C-Labmu, Adriel Ferreira da Fonseca também comentou o assunto. “A iniciativa mostra que os colaboradores podem estar envolvidos no desenvolvimento tecnológico e geração de conhecimento de alto nível, porque nós temos estrutura para isso. Temos massa crítica docente, discente e de colaboradores, capacitada para otimizar os trabalhos, permitindo que a UEPG continue e melhore ainda mais os índices de produção científica internacional”, explica.
Vanessa explica que a imagem foi feita dentro do contexto de uma pesquisa sobre pólen, onde o equipamento utilizado captou o conteúdo em preto e branco e em que coube a ela colorir a imagem, que concorreu com várias outras de todo o Brasil.
Da primeira vez em que Vanessa teve o trabalho reconhecido pela gigante em microscopia europeia, em 2024, a imagem era de um cristal, e chamou tanto a atenção da Tescan, que a empresa pediu para utilizá-la na campanha mundial de final de ano, fazendo com que Vanessa, que trabalha na UEPG há 12 anos, tivesse o trabalho reconhecido em todos os continentes e que a empresa tcheca opera. “Eu fiquei muito feliz com a divulgação e o reconhecimento. Opero o microscópio utilizado faz 11 anos”, conta Vanessa.
O equipamento
O Microscópio Eletrônico de Varredura por Emissão de Campo (FEG) é um aparelho que tem capacidade de ampliação de até um milhão de vezes, disponível no C-Labmu. Por meio de um feixe de elétrons, o acessório EDS (Espectroscopia por Energia Dispersiva), possibilita observar na imagem toda a composição da amostra e todos os elementos químicos. Logo, partes que seriam quase invisíveis a olho nu, ganham forma graças à tecnologia e à aptidão de quem o opera. “A capacidade do equipamento é de ampliação de até um milhão de vezes, porém, depende muito da qualidade da amostra. Hoje utilizamos a ampliação de 500 mil vezes, que já é bastante alta”, complementa Vanessa.
O laboratório
A UEPG é precursora da ideia e implantação de Laboratórios Multiusuário, ou seja, laboratórios que podem ser utilizados por professores e alunos de diferentes áreas do conhecimento, e não apenas de um único departamento. Esses laboratórios também servem para pesquisas e análises conduzidas pela comunidade externa à UEPG.
A implantação da política multiusuário na UEPG iniciou em 2008. Em março de 2009 foi publicada a resolução CA 99, que regulamenta o Complexo de Laboratórios Multiusuário da Universidade. Além do Labmu, localizado ao lado da Prefeitura do Campus, ainda há o Centro Tecnológico de Pesquisa em Ciências Humanas (Cetep); o Centro Multiusuário de Pesquisas Avançadas para Tecnologias do Agronegócio (CT-Agro); o Laboratório de Integração Tecnológica em Ciências Humanas e Sociais (Litec); e os Laboratórios Multiusuários do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde.
Texto: Helton Costa/ Foto: Arquivo pessoal