De 07 a 13 de novembro, acontece a edição de número 52 do Festival Nacional de Teatro (Fenata) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Destaque desta edição é a programação da Mostra Adulto, que conta com um espetáculo de cada região do país, além da Mostra Às Dez em Cena, que acontece na sala B do Cine-Teatro Ópera. A lista completa dos espetáculos pode ser conferida no site do Fenata e a programação dessas duas mostras encontra-se abaixo. Os ingressos da Mostra Adulto podem ser adquiridos aqui.
O 52º Fenata é realizado pela UEPG, pela FAUEPG e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Sanepar, GMAD, Itaipu Binacional e Belgotex do Brasil. Apoiam o evento a Prefeitura de Ponta Grossa, por meio das secretarias municipais de Turismo e de Cultura, Conselho Municipal de Turismo de Ponta Grossa e Sesc Paraná. A promoção é da RPC e a produção da Estratégia Projetos Criativos.
Texto: Domi Gonzalez | Fotos: Divulgação
Programação
Quinta-feira, 07/11:
- 20h – ‘A Iluminada’ | Rio de Janeiro (RJ) | Mancuzo Entretenimento
Direção: Mauro Farias. Dramaturgia: Heloísa Périssé, com colaboração de Alex Lerner.
Elenco: Heloísa Périssé.
Sinopse: Tia Doro, a iluminada, faz uma alusão às ted talks. Na palestra mais animada da face da Terra, que além de ser motivacional é quântica, é oferecida ao público uma inusitada forma de ver o mundo. A palestrante, que quando nasceu foi batizada pelos pais como Dorotéia das Dores, é um exemplo de superação absoluta. Por ter tido uma família excêntrica, passou por bullying na escola, com os amigos, nos relacionamentos, e em todas as coisas que pudessem configurar sua existência. Até que um dia, ela chegou ao fundo do poço. Mas o que poderia ser seu fim, acaba sendo seu recomeço, pois ela percebe que essa coleção de fracassos é exatamente o que a pode levar ao sucesso. Quando seus olhos se abrem para o invisível, seu coração se enche de gratidão e ela se harmoniza com seu destino. Apoiada na lei matemática de que menos com menos dá mais, ela passa pelo processo metamórfico de iluminação e se transforma definitivamente na Tia Doro! Revertendo o que seria maldição, em benção. Como ela mesma diz: “peguei a merda e fiz em adubo!”
Sexta-feira, 08/11:
- 20h – ‘Meretrizes’ | Porto Alegre (RS) | Coletivo Gompa
Direção: Camila Bauer.
Dramaturgia: Camila Bauer e Liane Venturella, a partir dos relatos de diferentes profissionais do sexo.
Elenco: Liane Venturella.
Sinopse: Meretrizes é um espetáculo que mescla teatro, piano ao vivo e histórias reais contadas em cena para mostrar fragmentos de vida de profissionais do sexo. A partir de relatos reais, a obra documental traz histórias de mulheres que têm suas vidas cerceadas pelo preconceito e discriminação, atestando a urgência de trazer este debate para a cena. Por meio de uma mescla entre a atuação multifacetada de Liane Venturella, do piano ao vivo de Catarina Domenici e da presença real destas profissionais em cena, a peça, com aspectos performativos, faz o espectador perceber o quão próximos estamos dessas realidades, cotidianamente silenciadas. MERETRIZES é um grito por respeito a todas as mulheres e a todas suas escolhas pessoais e profissionais.
- 22h – ‘Os Analfabetos’ | Curitiba (PR) | Cia À Curitibana Portátil
Direção: Adriano Petermann.
Dramaturgia: Paula Goja.
Elenco: Guta Stresser, Guenia Lemos, Stella Mariss, Elisan Correia, Gabriel Gorosito, Anderson Fregolente.
Sinopse: “Os Analfabetos” é um drama psicológico. Trata da incomunicabilidade nas relações humanas e da constante necessidade de adequação aos diferentes papéis que nos obrigamos a exercer ao longo da vida prática e racional, em confronto com nossos sentimentos reprimidos dia a dia. “O fato é que todos nós somos sentimentalmente analfabetos. Como é que nós vamos compreender uns aos outros se nada sabemos a respeito de nós mesmos?” – diz o texto inédito escrito por Paula Goja e inspirado em obras do sueco Ingmar Bergman – um dos principais nomes da história do cinema mundial. O roteiro traz ainda citações da escritora francesa Virginie Despentes e do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues. Em cena, vemos os papéis na mesa, o desejo de ser amado, de experimentar, de pertencer. O deboche, o jogo de palavras, as amarguras, as lembranças, a carência, os desejos reprimidos, o cansaço e a sociedade opressora são questões o que norteiam os conflitos vividos pelas seis personagens, indivíduos que não percebem o limite entre o ser e a representação dos seus papéis cotidianos. As personagens abrem uma brecha na vida cotidiana para se comunicar com mais liberdade – de maneira racional e emocional. No teatro, isso também acontece. O público é convidado a olhar pelo buraco da fechadura da vida como ela é e a questionar: será que estamos realmente percebendo uns aos outros? Bergman dizia: “é preciso entreter o público”. Assim faremos!
Sábado, 09/11:
- 20h – ‘Memória Matriz’ | Brasília (DF) | Cia Lumiato teatro de formas animadas
Direção: Ana Alvarado.
Dramaturgia e Encenação: Soledad Garcia, Thiago Bresani.
Elenco: Intérpretes criadoras: Katiane Negrão, Soledad Garcia.
Sinopse: Memória Matriz apresenta a relação entre uma mãe e uma filha, atravessada pelos legados geracionais e as tecnologias de gênero que um determinado momento histórico impõe no processo de constituir-se “mulher”. As memórias das relações familiares são simbolicamente apresentadas, conduzindo a protagonista a se reencontrar com o passado, abrindo novos caminhos e possibilidades de escolha. A partir do hibridismo entre a intervenção na fotografia analógica, a dança e o teatro de sombras contemporâneo, o espetáculo apresenta um mundo simbólico onde os corpos das atrizes e as tecnologias de projeção antigas são colocadas ao serviço da memória.
- 22h – ‘Retilíneo’ | Curitiba (PR) | Batalhão Cia. de Teatro
Dramaturgia e direção: Carlos Canarin.
Elenco: Carlos Canarin, Isabel Oliveira, Kelle Bastos.
Sinopse: “Retilíneo” é um espetáculo que busca navegar pela história e pela memória do povo negro brasileiro. Acompanha quatro linhas narrativas: a chegada dos portugueses na África pela ótica de uma criança africana; um homem escravizado sendo vendido num mercado público no Brasil de 1700; uma mãe negra que está longe de seu filho (ou seria seus filhos?); e um jovem negro que anda pelas ruas do centro da cidade de madrugada voltando de uma festa, quando é surpreendido por um enorme navio (ou seria uma viatura policial?).
Domingo, 10/11:
- 20h – ‘Doroteia’ | Ribeirão Preto (SP) | Grupo Fócu de Teatro
Direção: Richard Barros de Oliveira.
Texto: Nelson Rodrigues.
Sinopse: A mulher de vida airada, Dorotéia, retorna a casa de suas parentes distantes em busca da remissão de seus pecados – uma casa sem quartos, só de salas, onde não entra um homem há 20 anos! O retorno acontece no mesmo dia em que Dona Flávia, a mais velha e feia da família, casará sua filha, nascida morta e de 5 meses, Maria das Dores, com um noivo invisível! Dramas familiares, moralidade, desejo, botinas (des)abotoadas, chagas! Dentro da farsa, o trágico. Do trágico, o cômico. Do cômico, o absurdo.
- 22h – ‘Post Mortem’ | Ponta Grossa (PR) | Multiverso Casa das Artes
Direção: Carlos Phantasma.
Dramaturgia: Alberto Portugal.
Elenco: João Henrique Agostinho, Alberto Portugal, Mateus Ribeiro, Keoma Kell.
Sinopse: Nelias é um bem-sucedido empresário do ramo funerário. Ao celebrar o velório de número 10.000, vai cumprir o prometido e se aposentar, para enfim aproveitar a fortuna acumulada nos últimos 40 anos. Ao lado de seu filho Teobaldo, relembra passagens inusitadas de sua inovadora carreira.
Segunda-feira, 11/11:
- 20h – ‘A Força da Água’| Fortaleza (CE) | Pavilhão da Magnólia
Direção e dramaturgia: Henrique Fontes.
Elenco: Denise Costa, Eliel Carvalho, Jota Junior Santos, Nelson Albuquerque e Silvianne Lima.
Sinopse: Até quando aceitaremos o discurso da seca como fatalidade? Até quando vamos seguir aceitando essa cerca do silenciamento? A força da água, nova peça do pavilhão da magnólia, com dramaturgia e direção de Henrique Fontes, traça o caminho historiográfico da seca no Ceará, desde as promessas feitas por Dom Pedro, passando pelo genocídio nos campos de concentração e no caldeirão até o tempo presente quando, descobrimos que a água não é um direito constitucional. A peça de teatro documental, de forma bem-humorada, trata de fatos apagados da história do Brasil em torno da indústria da seca. Os relatos e documentos denunciam aquilo que nos impede de ter acesso à água potável e de qualidade. Até quando aceitaremos? Quando deixaremos nossas águas transbordarem?
- 22h – Pé na Curva | São José dos Campos (SP) | Cia de 2
Direção e Texto: Jonas di Paula.
Elenco: Jonas di Paula e Jean Oliveira.
Sinopse: Pé na curva conta a história de Tolo e Infeliz, dois andarilhos que estão a vagar em algum lugar, em algum tempo. Os únicos sobreviventes de um mundo pós-apocalíptico que através de um sonho foram designados a uma missão, mas por um erro acabaram se perdendo. Agora os dois tentam de todas as formas retornar ao caminho que os levará a um único destino.
Terça-feira, 12/11:
- 20h – ‘Desassossego’ | Manaus (AM) | Grupo Jurubebas de Teatro
Direção e dramaturgia: Felipe Maya Jatobá.
Elenco: Atriz Nicka, Ator Leandro Paz, Ator Robert Moura.
Sinopse: Manaus, 21 de janeiro de 2021. A cidade sofre com a falta de oxigênio nos hospitais, é uma luta pela sobrevivência. Isolados em seus apartamentos, três personas compartilham seu cotidiano de confinamento, apresentando suas múltiplas subjetividades vinculadas ao isolamento social. Maria não consegue respirar, a cidade não consegue respirar. Quem tirou o ar de Maria?
- 22h – ‘Ubumpuru Transversal – Uma Corpa Marginal’ | AJeff Ghenes e Rede de Artistas
Direção: Daniel Collin e Izabel Cristina.
Elenco: AJeff Ghenes.
Sinopse: Das rodas feitas em volta de uma fogueira, da bruma borrifada pelas nuvens, das águas calmas e ritmadas de um rio-mar emerge uma Lenda, um Mito, um Rito. Ubumpuru surge para conectar estórias e histórias corporificadas pela simbologia cênica, trazendo ao palco lembranças adormecidas da memória coletiva, narrativas do real e ficcional. Uma Corpa Travesti, Não-Binária, Racializada e Periférica ressignificando no hoje, o corpo que antes foi exposto em galeria como desumano, que agora se expõe e impõe para ser e contar sobre tantas que nos foram tiradas. A oralidade que reconta um feitiço, um pedido, uma canção, no encontro e relação com o outro, no Afeto. Uma estratégia de sobrevivência de quem continua a procurar… As navalhas que carregam o fio da vida, ela quebrou quando criança. Ubumpuru vê o Aquário… Ubumpuru sente o Fio d’água escorrer… Ubumpuru mira a Água. Sintam!
Quarta-feira, 13/11:
- 20h – ‘Macbeth’| Ponta Grossa (PR) |Grupo de Teatro de Ponta Grossa
Direção: Eziquiel Ramos.
Dramaturgia: Adaptação de Carlos Alexandre de Andrade a partir da obra de William Shakespeare.
Elenco: Mateus Ribeiro, Carlos Alexandre de Andrade, Vivian Bueno, Gabriel Lima, Larissa Brandão, Gabriel Vernek, Larissa Sanches, Gustavo Mayer, Juliana Nortok, Terezinha Musardo, Nadhine de Assis Rios, Ana Cláudia Gambassi, Dájila Munhoz, Mari Zanin, Coro Cidade de Ponta Grossa, Coro em Cores, Orquestra Sinfônica Cidade de Ponta Grossa.
Sinopse: “Macbeth” é uma tragédia escrita por William Shakespeare entre 1603 e 1606 que narra a história de um valente general escocês, Macbeth, que recebe uma profecia de três bruxas de que se tornará o rei da Escócia. Ambicioso e influenciado pela sua esposa, Lady Macbeth, ele decide assassinar o rei Duncan para tomar o trono. A partir desse ato, Macbeth mergulha em uma espiral de culpa, paranoia e violência, que o leva a cometer mais crimes para manter seu poder. À medida que sua tirania se intensifica, ele se torna cada vez mais isolado e louco, enquanto Lady Macbeth, consumida pela culpa, enfrenta sua própria deterioração mental. A história culmina em uma série de confrontos, resultando na queda de Macbeth e na restauração da ordem no reino. Temas como ambição, moralidade, destino e as consequências da violência permeiam a obra, tornando-a uma das mais poderosas e influentes da literatura ocidental. Essa montagem também conta com a participação da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa, do Coro Cidade de Ponta Grossa e do Coro em Cores na interpretação de fragmentos da ópera composta por Giuseppe Verdi, que estreou em 1847 e é uma das primeiras óperas do compositor.