O Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Nutead-UEPG) conta com servidoras para cumprir a missão de levar a educação superior para todos os cantos do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Núcleo destaca histórias das servidoras públicas que fazem a diferença no universo da EaD.
Patricia Vosgrau de Freitas é diretora do Nutead desde 2020. Para ela, a mulher vem conquistando o seu espaço na área da tecnologia, um lugar predominantemente masculino. “No cotidiano, vemos resquícios de palavras, frases e atitudes que demonstram uma questão de gênero, como a desigualdade salarial, por exemplo”. Em relação aos desafios da mulher em cargo de chefia, Patrícia acredita que é um espaço ainda com restrições para mulheres. “Mas acredito que isso tende a mudar, pois nós estamos conseguindo conquistar nossos espaços”.
No setor da secretaria pedagógica, o trabalho é realizado pela servidora Keli Costa e Silva. “Mesmo com várias mudanças importantes na sociedade, o público feminino continua enfrentando algumas diferenças em relação aos homens, quando se fala de empregabilidade”. Uma boa maneira de enfrentar este cenário, segundo Keli, é se manter atualizada. “O EaD tem importante papel, pois as mulheres estão optando por essa modalidade de ensino, por causa da flexibilidade de horário e local para estudar”.
Desafios
Para a servidora Letícia Caminha, que está há 10 anos na UEPG, trabalhar com a educação a distância é um desafio. “Nos ensina que a educação superior não se limita aos muros da Universidade”. Segundo Beatriz Akemi Hiraiwa Oliveira, o trabalho do EaD é inserir a tecnologia no cotidiano de alunos e professores. “A tecnologia no ensino propicia para alunos e professores uma nova forma de ensinar e aprender, integrando valores e competências nas atividades educacionais”.
Amanda Majinski de Moraes não esconde a satisfação em participar do sonho da graduação na vida dos acadêmicos. “Mesmo com nosso trabalho árduo, ainda temos um longo caminho a percorrer para conseguir o reconhecimento e o respeito merecido na sociedade”, destaca.
Dupla jornada
“Trabalhar na área da educação e tecnologia é gratificante e fazer parte, ainda que indiretamente, da realização de sonhos dá sentido na nossa trajetória na Universidade”, enfatiza a servidora Luana Trzaskos. Para ela, a percepção feminina, competência e a qualificação profissional são aliadas da mulher no mercado de trabalho. “Ainda existe certa resistência no reconhecimento da atuação extraordinária da mulher, que acumula funções de mãe, esposa, responsável de provento familiar e, ainda assim, é uma profissional exemplar”.
A dupla jornada de trabalho também é destacada pelas servidoras que são responsáveis por toda a organização e limpeza do prédio do Nutead, as zeladoras Nice Santos e Elizete Cardoso. Há sete meses na UEPG, Nice inicia a sua atividade na Universidade às 6h30 e segue até às 15h30. No final de semana, ela trabalha numa pizzaria como atendente de caixa e ainda consegue encontrar um tempo para realizar atividade física. “Eu me sinto bem trabalhando, gosto de ter minha independência financeira, e me cuido indo à academia”.
Neste mês da mulher, Elizete irá completar três anos na UEPG, e atualmente está grávida de seis meses. Ela disse que a gestação é um desafio no trabalho, mas todos do setor cooperam com as suas atividades. “Está sendo bem tranquila a minha gestão, e consigo conciliar casa, trabalho e minhas atividades na igreja. É bom ter independência financeira e ajudar em casa”, conclui.
Texto: Daniela Borcezi Foto: Fabio Ansolin