Na última semana, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu a 1ª Escola Paranaense de Ressonância Magnética Nuclear, com pesquisadores de todo o Paraná. O evento debateu as principais tendências da área, como um pontapé das atividades do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) em RMN. As palestras e minicursos aconteceram no Centro Integrar e Hall Tecnológico do Campus Uvaranas, de 03 a 06 de setembro.
A Ressonância Magnética Nuclear é extremamente valiosa para a sociedade e pode ser aplicada por inúmeras áreas, como aponta uma das organizadoras do evento, professora Bárbara Celânia Fiorin. “A RMN pode ser aplicada na Química, Física, Biologia, Medicina e Engenharias. Com ela, é possível identificar substâncias desconhecidas, avaliar matérias-primas e a qualidade de substâncias”. Pela característica multidisciplinar, o evento trouxe palestras voltadas tanto para a indústria quanto para a academia.
O evento foi a primeira ação do Napi em RMN, que já tem o planejamento de utilizar equipamentos de ressonância magnética das universidades, com bolsistas de pós-doutorado, para atender demandas do mercado. “Isso vai facilitar justamente a comunicação da academia com a indústria, que é um ponto que vem sendo tratado, pois todos ganham com isso e é um ciclo que auxilia na inovação”, completa Bárbara.
Para além de muito aprendizado, o evento serviu para estabelecer novos contatos profissionais. O doutorando em Química na UEPG, André Luís Kerek, estuda a técnica há três anos e conta que a atividade deu a oportunidade de conhecer colegas pesquisadores da área. “Está sendo bem importante para o meu trabalho, e trazer este evento para a UEPG é bom porque a gente consegue demonstrar a importância da técnica pras outras pessoas daqui também”. André trabalha com a síntese de compostos de interesse biológico, que podem ser usados como potencial farmacológico. “Eu faço a síntese desses compostos utilizando a técnica de ressonância magnética nuclear, que me permite determinar a estrutura do composto”. Na UEPG, as pesquisas em RMN acontecem no Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu), com um equipamento que está na instituição desde 2019. Você pode conhecê-lo aqui.
Criado em 2023, o principal objetivo do Napi em RMN é garantir o pleno funcionamento de todo o parque instrumental do Paraná, utilizando os laboratórios como suporte para pesquisas, indústria e agências de controle. Atualmente, são cinco laboratórios no Paraná, em universidades, que realizam a técnica. “O planejamento é que a gente amplie essa quantidade de laboratórios”, salienta Andersson Barison, coordenador do Napi. O professor destaca a importância da RMN para o controle de qualidade da indústria. “Se a gente pensar, por exemplo, na indústria farmacêutica, a técnica está presente na fabricação de cosméticos e de medicamentos, então ela está presente em vários setores, por isso da importância de fortalecermos o diálogo com a academia e o setor produtivo”.
A comissão organizadora é composta por Andersson Barison (DQUI-UFPR); Kahlil Salomé (DQUI-UFPR); Adriano Gonçalves Viana (Dequim-UEPG); Jacqueline Aparecida Marques (Dequim-UEPG); Ruben Auccaise Estrada (Defis-UEPG); e Bárbara Celânia Fiorin (Dequim-UEPG).
Texto e fotos: Jéssica Natal