Museu Campos Gerais divulga exposições na sede do Banestado

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Quatro microexposições ocupam o hall de entrada da antiga sede do Banestado, na esquina entre as ruas Engenheiro Schamber e XV de Novembro. O prédio é um dos espaços do Museu Campos Gerais, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, e as mostras organizadas pelos acadêmicos das disciplinas de Extensão de Licenciatura em História estão disponíveis para visitação.

A iniciativa, capitaneada pelos professores Robson Laverdi e Niltonci Batista Chaves, é parte das ações de curricularização da extensão no curso. “Planejamos permitir que os estudantes interessados pudessem atuar na reserva técnica, conhecê-la, selecionar objetos, produzir micro exposições e desenvolver narrativas de mediação para diferentes públicos”, conta o professor Robson. “Esta ação contou com participação ativa dos alunos, resultando em quatro pequenas exposições no Museu Campos Gerais, que agora recebe o público escolar e outros visitantes.”

As exposições estão fazendo sucesso principalmente dentre os alunos de escolas da região. Desde 24 de outubro, quando abriram ao público, já foram mais de 200 visitantes. “Minha Casa: Expositor dos Tempos”; “Modos de Vida do Século XIX na Região Sul”; “Caminhos do trabalho: Profissões e saberes que estão desaparecendo”; e “Exibição do acervo Dilma Osório” estão abertas para visitação até até 13 de dezembro.

O desafio era encontrar, na reserva técnica, novas narrativas possíveis para os objetos sob guarda do Museu. Na reserva técnica, os objetos estão dispostos em prateleiras, um depois do outro, catalogados e organizados. É um espaço mágico, onde é conservada boa parte do acervo de objetos e documentos do museu. “Conhecer uma reserva técnica pode ser uma das experiências mais fascinantes para um estudante de graduação”, relata Laverdi. O acervo é um conjunto rico e variado de possibilidades em termos de cultura material, tanto do museu quanto da cidade e da região.

“A Reserva Técnica mantém, de forma organizada e documentada, um conjunto significativo de ações e práticas culturais às quais nossa juventude já não tem mais acesso”, destaca o professor, que também atua como Diretor de Acervos do Museu Campos Gerais. “Proporcionar, através da curricularização da extensão, o acesso a esse material e aos procedimentos museológicos e museográficos – como higienização, organização, descrição e disponibilização do acervo – representa um valioso instrumento para a formação do estudante de História. Por isso, a curricularização mobilizou muitos estudantes, oferecendo diversas possibilidades de atuação”. Assim, a avaliação é de que criar condições de acesso ao universo da cultura material é um importante instrumental didático, fundamental para a formação de historiadores e professores de História.

Para o aluno do primeiro ano do curso Rangel Diego Inácio, o grande desafio foi criar conexões entre os objetos em um contexto expositivo. “Como a gente está conectando vários objetos, é um desafio você conseguir fazer essa contextualização entre as peças, e elas conversarem entre si”, diz.

O grupo de que participou Henrique de Almeida Lopes, acadêmico do segundo ano da Licenciatura em História, escolheu abordar profissões que estão em declínio ou sofreram transformações com o passar dos anos: relojoeiros, sapateiros-artesãos, chapeleiros, fotógrafos e costureiras. “O acervo do museu tem muita coisa interessante e daria para fazer uma exposição de tudo, basicamente, mas a gente achou bastante interessante falar sobre isso, para discutir como essas profissões atuaram na nossa sociedade e continuam atuando até hoje”, explica. Para ele, a expectativa é de ativar a memória afetiva de quem conviveu com essas profissões e apresentar para as futuras gerações a importância que estas tiveram na sociedade. Amanda Eduarda Santos Oliveira, que também participou da montagem desta exposição, reforça que é uma forma de repensar coisas que estão no dia a dia, mas que passam despercebidas. “A gente vai vivendo o cotidiano e não percebe as múltiplas histórias que temos. A exposição é importante porque também dá foco para as histórias das pessoas”.

Maísa Helena Galvão, aluna do segundo ano do curso, comemorou a oportunidade de estar dentro do Museu e participando da montagem de uma exposição. “Esse tipo de coisa e é muito interessante, porque nos permite ter outra visão do curso de História. A gente não precisa se enquadrar só como professores em uma sala de aula, mas também atuar no museu e em outros espaços”.

Para o Museu Campos Gerais, que chega aos 75 anos com uma história fortemente marcada pela relação com a Universidade à qual pertence há mais de quatro décadas, a prática é positiva. “Por meio do processo de descoberta da reserva técnica, os estudantes desenvolvem interesse por temas da história local e regional. Entendemos que essa prática integra os esforços de aproximação entre museu e escola, que também desenvolve a comunicação e interação com a comunidade”, avalia Laverdi.

Agenda de fim de ano

No fim de ano, o Museu Campos Gerais recebe visitantes até 13 de dezembro. Depois disso, está fechado para visitação para desmonte e montagem de exposição, guarda de acervos expositivos, organização de acervo documental e preparação de acervo tridimensional para ser transportado para o prédio histórico em 2025. Pesquisadores podem acessar o acervo até 06 de dezembro, a partir de agendamentos realizados até 29 de novembro.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Amanda Santos


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