Editora UEPG relança obras com selo “200 anos de Ponta Grossa”

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa, por meio da Editora UEPG, republicou recentemente obras com o selo “200 anos de Ponta Grossa”. A iniciativa partiu do órgão, em parceria com a Reitoria, para comemorar o bicentenário do município. As publicações são de diversos temas, mas com algo em comum: a celebração pela cidade.

“Diante da comemoração dos 200 anos de Ponta Grossa, consideramos importante que a Editora UEPG propusesse uma ação relacionada”, relatou Beatriz Gomes Nadal, diretora da Editora UEPG. O selo contou com a contribuição de professores que, envolvidos em ações de resgate da memória local e da própria produção cultural, trouxeram a ideia de relançar obras que estavam praticamente inacessíveis por estarem esgotadas há anos.

A iniciativa da Editora UEPG é motivo de orgulho para Beatriz Nadal, que reforça a busca por promover obras fundamentais para a história local. “São reedições e edições que podem contribuir para a ampliação do conhecimento, cumprindo a função social de tornar visível aquilo que, muitas vezes, encontrava-se invisibilizado”, afirma.

Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, comenta que a Editora tem buscado colocar em circulação livros que reforçam a identidade de Ponta Grossa, como as obras dos professores Álvaro Augusto Cunha Rocha e Thereza Cristina Pusch. Além dos autores locais, existe a busca pela identidade paranaense, como o livro do escritor Domingos Pellegrini. “Outros títulos serão publicados, sempre com o intuito de marcar esta data a partir da UEPG, a instituição que mudou a vocação da cidade como um polo universitário”, exalta o reitor.

Alguns dos autores são naturais do município, outros fizeram daqui sua residência e fincaram raízes. Uma das obras republicadas pela Editora que carrega o selo é “Miscelânea da História de Ponta Grossa”, do autor Manoel Ciryllo Ferreira. O livro tem origem no final de 1930, quando foi editado e publicado pela primeira vez. Em sua escrita, Manoel relata o fruto de suas observações sobre a cidade e o povo ponta-grossensse. Prefaciado pelo reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, o livro se caracteriza como “um misto de memórias, crônicas ligeiras, contabilidade, propaganda e catálogo, unido pelo orgulho da cidade, que se destaca como a segunda em importância no Paraná”.

As obras das irmãs Judith Dantas e Emília Dantas, respectivamente, “Numa pequena cidade do grande Mundo” e “A primavera voltará”, têm como característica principal o resgate histórico do cenário de Ponta Grossa na época em que escreveram, por volta dos anos 50. Emília se destaca também por ser a primeira mulher ponta-grossensse a publicar um livro. Beatriz Nadal reforça que as obras “mostram o ambiente dessa Ponta Grossa bicentenária construindo-se no campo social, educacional, econômico e político, com riqueza de detalhes sobre fatos, cenários e pessoas”. 

Outra das publicações é a obra de poemas de Álvaro Augusto Cunha Rocha. Natural de Ponta Grossa, ele estudou Direito no Rio de Janeiro e voltou à cidade quando o Decreto Estadual 18.111 criou a UEPG, unificando as faculdades já existentes. No livro “O espírito do Tempo”, o autor resgata a cultura que se produziu na própria instituição, onde foi o primeiro reitor, de 1970 a 1974.

Na obra, prefaciada pelo atual reitor, Miguel Sanches Neto ,o primeiro reitor reuniu 16 poemas. Em sua fala, Miguel exalta a percepção poética do escritor. “O livro traz uma temática com ressonâncias clássicas, tendência para o filosófico, um uso de termos mais tradicionais, a força de um lirismo que fala do mar, da morte, do horizonte místico, do sonho”, reflete.

Já as poesias de Thereza Cristina Pusch, autora de “A procura do Azul”, demonstram além da história local. Thereza desde a infância não conseguia distinguir cores e transformou seus desafios em poesia. A escritora obteve grau de licenciatura em Letras pela UEPG em 1974, o que permitiu que lecionasse em diversas escolas da cidade. Sua obra foi publicada pela primeira vez em 1980, também por meio da Editora UEPG.

O prefácio do livro é escrito por Luiz Fernando Cheres, membro fundador da Academia de Letras dos Campos Gerais. O cronista trata a obra como “essencialmente lírica”. Ele também relata que o livro “traz importantes características do gênero, como a concisão, as repetições, a musicalidade e certa renúncia à coerência gramatical, lógica e formal”.  

Sem o selo, mas ainda comemorativo, Domingos Pellegrini republica a obra “Escritas Marginais”, que tem origem em dois livretos de 1968: “Liberdade” e  “Outros Poemas e Contos”. A proposta da republicação foi feita por Miguel Sanches Neto. Prefaciado pelo próprio autor, o livro celebra as duas primeiras publicações de Domingos, as quais ele chama de “tábuas de salvação”, remontando ao período da Ditadura em que foram escritos.

Com planos de continuar as comemorações com o selo, o livro fotográfico “Árvores e Aves do Campus Uvaranas” está com lançamento previsto para setembro. A obra traz fotografias da fauna e flora da UEPG, com verbetes sobre as espécies retratadas. Beatriz Nadal afirma que a proposta do livro é “imortalizar a beleza do presente numa Ponta Grossa que se mantém em movimento”. 

As obras estão disponíveis para compra em exemplar físico e digital no site da Editora UEPG.

Texto: Amanda Santos | Fotos: Amanda Santos; arquivo UEPG.

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