A coordenadora do projeto, Maria Cristina Baluta, explica que o termo parentalidade positiva se trata de uma filosofia de vida e metodologia que apresenta abordagens educacionais fundadas na não-violência, com foco em transformar o olhar do adulto sobre as crianças. Ela também afirma que “existe uma necessidade e urgência na criação de uma cultura de paz e respeito na educação do ser humano”. Rosiane Machado da Silva, diretora do Caic, comenta que dentro da pedagogia da escola o ensino da não-violência já é aplicado, ensinando maneiras pacíficas de resolução de conflitos, manejo de emoções e diálogo. “Foi uma palestra muito boa e dentro do que já praticamos, deu para perceber que os pais gostaram muito”, enfatiza.
Eliane Tramontin Silveira Moleta é mãe de Victorio, aluno do 4° ano, e participou da palestra, que considera pertinente para a atualidade. Ela afirma que os ensinamentos passados ressaltam a importância do atender, cuidar e dar afeto, principalmente considerando o sim e não na medida certa. “A parentalidade positiva é necessária para o desenvolvimento da linguagem, autonomia e fortalecimento emocional da criança”, relata Eliane, complementando que essa prática torna o convívio e vínculo entre pais e filhos mais saudável.
Importância
Baluta destaca que o que motiva o projeto é a crença de que a capacitação dos pais potencializa a redução da aplicação dos castigos físicos como forma de educar e, por consequência, contribui para uma sociedade mais humana e pacífica. “Considerando que a parentalidade é fruto de uma construção social, se torna fundamental a reflexão sobre o papel dos pais ou responsáveis na sociedade atual. É provocar os adultos para que se tornem preocupados em ressignificar a parentalidade”, enfatiza a coordenadora.
Diferente da educação tradicional, que visa mudar o comportamento da criança pelo amor ou pela dor, a essência da proposta da Parentalidade Positiva está na promoção de uma mudança no comportamento dos pais frente ao comportamento dos filhos, com o ímpeto de buscar entender o porquê de suas atitudes, fortalecer os vínculos familiares, proporcionar a conexão ao grupo e principalmente respeitar a individualidade, valorizando suas escolhas na fase de desenvolvimento infantil. Cristina enfatiza que, numa visão jurídica e legislativa, houve avanços sobre o tema, porém muitos pais diante dos desafios da parentalidade permanecem na aplicação dos castigos físicos como forma de educação. “O direito da criança de ser educada sem o uso dos castigos físicos representa uma perspectiva de mudança na maneira de educar, oportunizando uma reflexão consciente sobre a parentalidade e a sua responsabilidade primária de socialização”, finaliza.
Texto: Amanda Santos | Foto: Jéssica Natal / acervo do projeto