O ProMigra é um projeto financiado pela Fundação Araucária e tem como propósito desenvolver ações de acolhida à migrantes, refugiados e alunos que moram ou transitam por Ponta Grossa. Dentre as atividades que são ofertadas estão aulas de português e informática, bem como cafés comunitários e palestras.
A ideia surgiu em sala de aula, na matéria Administração aplicada ao Turismo, que é lecionada pela professora Mirna de Lima Medeiros. Dentro das atividades disponíveis era possível optar o tipo de prática que seria feita como forma de avaliação. Assim, os estudantes escolheram realizar o passeio para levar o conhecimento adquirido para além da comunidade acadêmica.
A professora Mirna enfatiza que “eles podiam escolher o que quisessem, e optaram por fazer algo relevante junto ao ProMigra, unindo o útil ao agradável”. A atividade veio como uma forma de avaliar conceitos aprendidos em sala de aula que relacionam o turismo e a administração, como por exemplo, planejamento, organização, direção e controle. Larissa Cercal Tozetto, uma das alunas organizadoras, comentou que a atividade colocou em prática conhecimentos como hospitalidade, geografia, administração, planejamento, patrimônio e inglês.
O grupo andou pelo centro da cidade falando sobre a história e cultura de Ponta Grossa e dos Campos Gerais, proporcionando aos migrantes conhecer mais sobre o local onde residem atualmente. Foram cerca de 6 migrantes inscritos no passeio, vindos de diferentes lugares do mundo: Haiti, Irã, Venezuela e Colômbia.
“Estou a três anos em Ponta Grossa e estou fazendo o curso de língua portuguesa na UEPG. O passeio foi muito legal pois conheci a história de Ponta Grossa, fiquei feliz com isso!”, comentou Alicia del Carmen Corzo Lopez, migrante venezuelana.
A atividade iniciou no Terminal Central como ponto de encontro e partiu pela cidade passando pelo Sesc Estação Saudade, onde os alunos tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a história ferroviária de Ponta Grossa, patrimônio histórico tombado que remonta aos anos 1900 e à modernização da cidade, e que hoje conta com um museu e oferece cursos profissionalizantes e culturais para toda a comunidade.
Em seguida, o grupo partiu para o Museu Campos Gerais (MCG) onde tiveram a oportunidade de visitar as exposições em andamento no espaço. A primeira delas é a exposição “Povos Paranaenses: mundo caiçara”, que retrata a história e apresenta acervo reunido junto à povos do litoral do estado, mostrando características culturais como por exemplo a Festa do Divino e o Fandango; a segunda exposição em andamento que foi visitada é a mostra “Dignidade: as meninas de São Tomé e Príncipe”, que conta com fotos de Marcelo Weiss produzidas durante o Dia das Crianças em países africanos. Além disso, durante o tempo de permanência no MCG eles puderam ver artefatos históricos que remontam aos primeiros estabelecimentos comerciais e hospitais de Ponta Grossa, fotos e até mesmo o insetário.
Texto e fotos: Amanda Santos