Como pessoas que tiveram Covid-19 vivem atualmente? Esta é a pergunta que professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) irão buscar responder nos próximos meses. Coordenada pelos docentes Pollyana de Oliveira Borges e Carlos Eduardo Coradassi, a pesquisa fará busca ativa por pessoas que tiveram Covid-19 em Ponta Grossa a partir de 2020, com ligações e preenchimento online de questionários. O objetivo é analisar as respostas que foram dadas à pandemia e as ações pós o período de maior frequência de casos de Covid-19. As primeiras ligações iniciam nas próximas semanas.
A pesquisa da UEPG será desenvolvida em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Municipal de Saúde (FMS), intitulada ‘Pandemia da Covid-19: características e respostas do Sistema Único de Saúde e vigilância da covid-longa em município de médio porte’. O projeto começou como pesquisa de pós-doutorado da professora Pollyana, em 2022. “Vamos acompanhar a frequência, mortalidades, imunização, o que aconteceu com o número de casos e óbitos após a imunização e medidas restritivas”, explica.
Segundo a professora, o trabalho irá fornecer dados base para pesquisas em saúde. “A literatura vem dizendo que cerca de 10% a 20% das pessoas permanecem em estado de adoecimento ou desenvolvem sintomas que não tinham antes, sem nenhuma explicação a não ser o fato delas terem tido Covid-19”, informa Pollyana.
Metodologia
As pessoas que receberem as ligações irão responder perguntas como: Quais são os eventos de saúde mais frequentes percebidos no pós-covid? Quanto tempo durou? Onde estão buscando atendimento? Sabem que algumas doenças poderiam estar relacionadas à Covid-19? O trabalho dará uma grande devolutiva à sociedade, segundo a professora. “Esta é uma pesquisa que vai dar muitas respostas para os ponta-grossenses, além de ajudar a rede de serviços SUS a se organizar. Tem muitas respostas que a gente pode conseguir alcançar com essa pesquisa”, ressalta.
O professor Carlos Eduardo Coradassi recorda que o call center da UEPG foi muito ativo no período crítico da pandemia, recebendo ligações de pacientes de todo o Paraná, por meio de projeto de extensão da Secretaria Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). “Agora é a nossa vez de ligar, é o caminho inverso. Muitas pessoas que ligaram para nós agora vão receber nossas ligações”, salienta.
Manter o call center, após o ápice da pandemia, pode estabelecer um canal de diálogo da Universidade com a comunidade. “A pesquisa fortalece a telessaúde de maneira geral e assim saímos na frente em relação a outras regiões, pois vai nos trazer subsídios no planejamento da imunização e na assistência em saúde o futuro”, destaca o professor.
Texto e fotos: Jéssica Natal