Nesta segunda-feira (17), a pesquisadora Virgínia Moreira Justo apresentou a tese de doutorado desenvolvida na Universidade Estadual de Ponta Grossa em regime de cotutela com a Universidade Autônoma de Madrid. Devido à parceria, a estudante receberá o título de doutora pelas duas instituições.
O convênio realizado entre as universidades em 2015, permitiu que a aluna participasse tanto do Programa de Pós-graduação em Ciências/Física da UEPG, como do Programa de Doutorado Física da Luz e Matéria da Universidade Autonoma de Madrid, com a orientação do professor Francisco Carlos Serbena da UEPG, da Professora María Jesús Pascual Francisco do Instituto de Cerámica y Vidrio na Espanha e com a tutela do professor Jose Ramón Ares Fernández do Departamento de Física de Materiais da Faculdade de Ciências e do Programa de Pós-Graduação de Física da Luz e da Matéria pela Universidade Autônoma de Madrid, Espanha.
A tese “Fortalecimento e tensões residuais em selantes vitrocerâmicos para pilhas a combustível de óxido sólido” estuda formas de otimizar o uso de células a combustível. Conforme explica Virgínia, “os combustíveis mais usados hoje em dia são combustíveis fósseis, como o petróleo que quando queimados, produzem CO2. Para evitar isso, existem várias outras opções. Uma delas é o uso de células a combustível, que transformam energia química em energia elétrica e são eficientes”, conta.
De acordo com a pesquisadora, para o bom funcionamento da célula, é importante que o combustível e o ar não se misturem. “Nós estudamos materiais vitrocerâmicos para serem usados como selantes, com o objetivo de evitar essa mistura antes da hora”, diz.
Dentro do projeto, Virgínia passou o ano de 2016 com uma bolsa de doutorado sanduíche no Instituto de Cerámica y Vidrio (CSIC)/Madri desenvolvendo atividades de pesquisa de sua tese junto com a docente María Jesús. Segundo o professor Francisco, “esse convênio de cotutela foi fruto de nossa colaboração com a professora em pesquisas dentro do projeto ‘Strengthening and Residual Stresses in Glass-Ceramics Sealants for SOFC’ do programa Ciência sem Fronteiras que coordenei”, explica.
Virginia afirma que ficar um ano na Universidade de Madrid foi uma experiência enriquecedora. “No período em que estive lá, pude compartilhar o laboratório e a rotina de pesquisa com os pesquisadores espanhóis e de outros países que desenvolviam os seus estudos lá no Instituto de Cerámica y Vidrio. Pude ver como a pesquisa funciona nos outros países e trazer muitas ideias e novidades para cá. Essa parceria permitiu que mais duas pesquisadoras do Programa fossem para Madrid também desenvolver as suas pesquisas”, finaliza.