Cerejeiras brancas homenageiam vítimas e sobreviventes da Covid-19 na UEPG

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No fim de tarde, o céu já assumia tons alaranjados, quando um grupo de pessoas se reuniu em frente à Reitoria da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Campus Uvaranas, para prestar uma homenagem. O trio de cerejeiras brancas foi plantado nesta quarta-feira (22) a muitas mãos: reitor, servidores, professores, pró-reitores e outros membros da gestão da Universidade.

O professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, lembra que a data escolhida marca o início da primavera. “As cerejeiras, no Japão, são símbolo da resistência e da resiliência, e neste momento de pandemia, em homenagem a todos que sobreviveram e em memória a todos que morreram, estamos plantando essas belas árvores para que elas possam florir aqui no nosso campus”.

A pandemia de Covid-19 levou, até a data que marca a homenagem, 1275 vidas em Ponta Grossa, que registrou mais de 50 mil casos da doença. No Paraná, são 1.489.951 casos e 38.407 óbitos. E no Brasil, são 591.440 vidas perdidas pela Covid-19, com cerca de 21,3 milhões de casos.

O local não foi escolhido aleatoriamente: o diretor de Gestão Ambiental da Pró-reitoria de Planejamento (Proplan), João Paulo Dlugosz, conta que foi feito um planejamento do local, para não interferir em canos, fios e tubulações, além de ser uma área que não tem previsão de ampliação ou construção futura. “O local escolhido foi as proximidades do prédio da Reitoria, devido ao propósito do ato e o entendimento da DGA de que este merecia um local de destaque e visível no Campus Uvaranas”, enfatiza. “Esse planejamento de plantio vem sendo implantado pela Proplan, com todas as suas diretorias alinhadas, visando a ocupação sustentável do Campus, onde as árvores são plantadas pensando em seu crescimento e desenvolvimento futuro, e em locais onde possam contribuir com suas propriedades para o bem-estar geral da comunidade e das instalações atuais e que ainda estão por vir na UEPG”.

As árvores cerejeiras chegam a uma altura de 4 a 10 metros e mudam de cor conforme a estação. As folhas surgem bronzeadas, se tornam verdes e mudam para amarelo ou vermelho no outono, antes de cair. No fim do inverno, surgem as flores, que são brancas, na variedade plantada neste local do Campus, e que tomam conta de toda a árvore, formando uma linda florada, que dura apenas alguns dias. As mudas foram adquiridas em Porto Amazonas.

A Prefeitura do Campus fez o preparo do terreno para o plantio e tem um trabalho contínuo de plantio e manejo de espécies nas áreas da Universidade, como explica o prefeito do Campus, professor Eduardo Pereira. “A iniciativa também tem o simbolismo da resiliência da comunidade acadêmica, que mesmo frente a todas as dificuldades enfrentadas na pandemia, tem se reinventado e superado os desafios”, complementa. “Para as vitimas da Covid-19, é nossa homenagem, e aos sobreviventes irá simbolizar toda a superação deste momento único da nossa história”.

Foi um trabalho em conjunto: cada colaborador presente contribuiu com uma pá de terra para o plantio das mudas. Na conversa informal que marcou o momento de homenagem, a lembrança da pandemia de Covid-19 se mesclou a comentários sobre a beleza do Campus Uvaranas, florido e verdejante com a chegada da Primavera.

Uma placa vai completar e eternizar a homenagem, com um haicai de Matsuo Bashō, um dos mais ilustres poetas japoneses.

não esquecer
que até na mata mais cerrada
desabrocham flores de cerejeira

Texto: Aline Jasper | Fotos: Fabio Ansolin

 

 


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