Heverton não esconde o amor por sua pesquisa. Em meio às amostras de solo que ele colheu no trabalho de campo, Heverton Fernando Melo mostra orgulhoso os resultados que pretendem auxiliar o produtor local. O doutorando é discente do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PPGA-UEPG). A Pós está com inscrições abertas para os cursos de Mestrado e Doutorado, com início das aulas no primeiro semestre deste ano.
O trabalho de Heverton se divide entre o campo, na Fazenda Escola Capão da Onça, onde colhe as amostras, e o Laboratório, sua segunda casa. “Minha pesquisa trata do manejo e conservação do solo, especificamente voltado para avaliar a erosão hídrica do solo”, explica. O Paraná, na década de 70 e 80, foi berço do plantio direto do Brasil, uma metodologia que visa diminuir o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas. “Na minha pesquisa busco saber o impacto do plantio direto, quando implantado de maneira correta, especificamente em culturas dos Campos Gerais”, enfatiza.
A pesquisa analisa tanto no preparo convencional do solo, como nas culturas de soja, milho e trigo. “Escolhi essa cultura porque é a realidade de Ponta Grossa e região, que sabemos que é a prática e realidade do produtor”. Ao todo, Heverton tem 600 amostras, que foram coletadas no mínimo uma vez por semana, desde o início do ano passado. “O estudo pretende identificar o que é rentável ao produtor e avaliar a eficiência, de acordo com as culturas e o manejo de plantio direto. Os resultados que temos até agora é que a rotação de culturas permite que ocorra uma erosão hídrica menor no solo”.
Apesar dos desafios de ser pesquisador no Brasil, Heverton não esconde o gosto por ser pesquisador na UEPG na área de Ciência do Solo e Recursos Ambientais do PPGA. “No Brasil, você tem que gostar da pesquisa e aqui no PPG eu tenho todo o suporte que eu preciso ter. Vale muito a pena fazer parte do Programa, têm sido bons anos aqui”. 
Na outra área de pesquisa do Programa, que estuda Fitotecnia e Fitossanidade, está Anderson Carlos Finger. O mestrando desenvolve pesquisa sobre expressão diferencial de genes de resistência do milho à antracnose do colmo, doença que é ocasionada pelo patógeno Colletotrichum graminicola, e que acarreta em perdas significativas na produtividade e na qualidade dos grãos. “Com a pesquisa, queremos entender a base genética da resistência do milho ao patógeno, identificando os genes que atuam no controle genético da resistência do milho”, explica. Para Anderson, não há dúvidas de que vale a pena fazer o mestrado em Agronomia na UEPG. “Aos interessados que pretendem entrar no PPG, digo que é uma excelente oportunidade para quem quer aprofundar e aperfeiçoar o seu conhecimento numa determinada área da agronomia, em função da qualidade do corpo docente e da estrutura física disponibilizada pela UEPG”, completa.
O Programa
O PPG em Agronomia oferece o Mestrado e Doutorado desde 2003 e 2012, respectivamente. Com conceito máximo (nota 5), na avaliação da Capes, o Programa apresenta, em sua essência, a formação de pessoas qualificadas para o exercício das atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico em agronomia, conforme informa o coordenador Eduardo Augusto Agnellos Barbosa. “O PPG forma profissionais de vanguarda, responsáveis e comprometidos com a missão de desenvolver ciência e tecnologia, condizentes com a realidade da agricultura moderna e com as demandas da sociedade”, enfatiza.
Eduardo destaca que o Programa registra alta taxa de inserção dos egressos no mercado de trabalho, “contribuindo para a formação de pessoas que irão atender às demandas do setor público e privado. Temos egressos atuando nas mais diversas Universidades, institutos de pesquisa e empresas do Brasil e do mundo”, conta.
O PPG apresenta duas áreas de concentração – Ciência do Solo e Recursos Ambientais; e Fitotecnia e Fitossanidade. “O Programa possui uma moderna infraestrutura de laboratórios de pesquisa e casas de vegetação, desenvolve pesquisas com colaboração do C-Labmu, participa do Centro de Pesquisa Avançadas para Tecnologias de Agronegócio (CT-Agro), além da infraestrutura de campo, como a Fazenda Escola, e recursos de informática”.
O coordenador salienta que os projetos desenvolvidos pelos docentes e discentes do programa estão em consonância com demandas estaduais e nacionais e contribuem com as lacunas científicas na área de ciências agrárias. “O Programa destaca-se na formação de profissionais de destaque no setor público e privado, os quais relatam uma alta transferência de conhecimento adquirido no Programa para a sociedade”. O PPGA ainda possui parcerias internacionais, com promoção de intercâmbio entre alunos e professores, além de participar de programas de cooperação internacional, recebendo alunos de outros países.
A infraestrutura, histórico e características das áreas de pesquisa podem ser conferidas no site do Programa.
Inscrições
O período de inscrições para os cursos segue aberto até 03 de fevereiro. Documentos necessários para inscrição e informações sobre as etapas do processo seletivo se encontram no link aqui.
Texto e Fotos: Jéssica Natal
