Cursos da UEPG realizam debate sobre a Revolução dos Cravos

Compartilhe

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) entrou nas comemorações dos 50 anos do que ficou conhecido como Revolução dos Cravos. Para marcar a data, o Grupo de Pesquisa História e Intelectuais: Cultura, Política e Memória promoveu, na última quinta-feira (25), mesa redonda ‘Transições no Brasil e em Portugal: a propósito dos 50 Anos da Revolução dos Cravos (25 de abril de 1974)’. Nesta segunda-feira (29), o curso de Jornalismo exibe o documentário ‘Cartas a uma Ditadura’, às 15h.

A mesa redonda aconteceu no auditório do Museu Campos Gerais, promovida pelos Programas de Pós-Graduação em História (PPGH) e em Educação (PPGE), com o objetivo de debater transições políticas e sociais nos dois países. Os professores João Paulo Avelãs Nunes, da Universidade de Coimbra e Luciano Aronne de Abreu, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), foram os convidados para palestrar. “No ano de 2024 completamos 60 anos do golpe militar no Brasil, mas também que comemoramos os 40 anos do movimento brasileiro conhecido por Diretas Já, que em 1984 clamou nas ruas deste país pelo direito ao voto e pelo fim da ditadura militar no Brasil”, destaca a professora Maria Julieta Weber, professora do PPGH e organizadora do evento.

Conhecida também como Revolução de Abril, o evento histórico aconteceu em Portugal, em 1974, e depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933 (desde 1926 enquanto Ditadura Militar). “É, de fato, uma grande honra, alegria e inspiração comemorarmos os 50 anos do 25 de abril em terras brasileiras e, mais especificamente, na cidade de Ponta Grossa, no Paraná. 25 de abril, sempre! Viva os 50 anos do 25 de abril de 1974! Viva a democracia, sempre”, complementa Julieta.

O professor João destaca a importância de eventos que promovam o debate sobre ditadura e democracia, “pois permitem não só conhecer melhor a realidade e como também divulgar esse conhecimento para as outras pessoas, que podem fazer escolhas e e intervir de maneira mais consciente e qualificada”. Conhecer a realidade do regime democrático e, eventualmente, as tentativas de substituição de democracias por ditaduras é uma forma de divulgar conhecimento, segundo ele.

“Eventos como esse são de grande importância, não exatamente para comemorar os acontecimentos discutidos, porque afinal de contas não se comemora um golpe militar não se comemora um ataque à democracia e a liberdade das pessoas não se comemora a violência repressão”, ressalta o professor Luciano. Iniciativas desta natureza servem para refletir sobre e compreender esses acontecimentos no seu contexto, como explica ele. “É compreender o nosso próprio presente, né? No caso da Revolução dos Cravos, sim, se comemora a liberdade, se comemora o fim da ditadura, se comemora o fim da repressão e a construção de um novo regime”.

Foi a oportunidade de refletir e compreender o passado, “mas também compreender o próprio presente. Então acho que essa é a grande importância deste evento, para essas reflexões para toda a sociedade. Que questões como essas não fiquem restritas a um grupo de especialistas”, completa Luciano.

Continuação dos eventos que marcam a data

Nesta segunda-feira (29), às 15h, acontece uma sessão extra do Cine Jornalismo, no laboratório de telejornal (Campus Centro), com exibição do filme ‘Cartas a uma ditadura’, seguido de debate com professor João Nunes.

Texto e fotos: Jéssica Natal


Compartilhe

 

Skip to content