Egressa de Odontologia da UEPG é destaque em prêmio científico nacional

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Fazer pesquisa acadêmica virou rotina para Gabriela Fernanda Schiochet. Egressa do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), ela foi indicada ao 4º Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, no início do ano. A aluna representou a instituição entre 446 candidatas de todo o Brasil. A indicação fechou com chave de ouro a graduação e a destaca como colaboradora para o que as mulheres fazem pela ciência no país.

Como profissional da saúde, o trabalho de Gabriela destaca o caráter multidisciplinar. Intitulado ‘Relação entre incapacidade e Autoavaliação de saúde bucal 12 meses após admissão em UTI Covid-19’, a egressa analisou pessoas que ficaram internadas na UTI do Hospital Universitário da UEPG por Covid-19 durante 2020 e 2021. O objetivo era saber como os pacientes cuidam da sua higiene pessoal e atividades do dia a dia após o longo período de internamento.

“Meu trabalho teve maior enfoque na área odontológica e tentamos fazer uma relação com a incapacidade de atividades, como escovar os dentes, pentear o cabelo, classificando cada resposta”, explica. Para chegar às respostas, a pesquisa entrevistou por telefone os pacientes, com perguntas sobre a rotina e pedindo para que classificassem a qualidade das atividades. “Conseguimos fazer a avaliação das pessoas pela autoavaliação que elas mesmas faziam da sua higiene bucal”, enfatiza.

As respostas esperadas por Gabriela eram de que a higiene bucal decaiu após o período de internamento. “Era óbvio pensar que pessoas que ficaram incapacitadas pelo internamento se autoavaliariam de uma forma negativa em relação à saúde bucal”, conta. Mas não foi o que aconteceu. “Soubemos que, na verdade, as pessoas não avaliavam de maneira negativa a sua higiene”.

A explicação, segundo a dentista, é de que pessoas internadas na UTI por doenças graves analisam a qualidade de vida como muito boa ou excelente. “Como ficaram tanto tempo  internadas, elas acham que as atividades do dia a dia têm pouca significância perto das dificuldades que tiveram no internamento. O que é escovar os dentes perto do desafio de ficar tanto tempo internado?”, ressalta.

Resultado

A pesquisa realizada é resultado se uma trajetória na pesquisa durante todo o período acadêmico. Gabriela fez Iniciação Científica, participou de Semanas Acadêmicas, foi diretora científica de eventos do curso e também ganhou prêmios em trabalhos científicos apresentados. Em 2021, recebeu o 2º lugar como melhor pesquisa no Encontro Anual de Iniciação Científica (Eaic), na área de biológicas e a saúde, com um trabalho também relacionado à Covid-19.

O prêmio rendeu um e-mail da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), organizadora da premiação, que a convidou a submeter um trabalho. A edição analisou 320 pesquisas da Graduação e 126 do Ensino Médio. O resultado foi divulgado em 10 de fevereiro, como uma homenagem às cientistas brasileiras. “Não ganhei o prêmio, mas ainda assim, para mim, foi impactante e importante. Uma mulher fazendo ciência numa Universidade pública e estadual é um investimento que deu resultado, fico muito grata e e feliz pela indicação”, comemora.

Para Gabriela, o Prêmio é uma motivação para mulheres e meninas que lutam pela ciência. “Somos sim importantes para o desenvolvimento científico, sei que esse prêmio traz muitos temas que são incríveis e penso que meu trabalho contribuiu um pouquinho para mulheres na ciência no Brasil”, completa.

O resultado da premiação pode ser visto aqui.

Texto: Jéssica Natal | Fotos: Arquivo Pessoal


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