Neste mês, a professora Milene Zanoni da Silva foi eleita para o cargo de presidente da Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa (Abratecom), na gestão 2021-2023. A professora atua no departamento de Enfermagem e Saúde Pública da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Para a UEPG, a representação na entidade é uma oportunidade de parcerias para pesquisa, formação e projetos. “Temos parcerias com a Organização Panamericana da Saúde (Opas), Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa, Ministério da Saúde, Observatório Nacional de Práticas Tradicionais, Complementares e Integrativas, com o IdeiaSUS da Fiocruz, e com várias outras instituições”, conta Milene. “A partir desse momento, se abrem possibilidades de levar a UEPG para esses espaços, o que traz desenvolvimento local e regional, tanto para a população, quanto para o fortalecimento de uma Universidade inclusiva, promotora da saúde, que acolhe a diversidade e que promove efetivamente caminhos saudáveis para que todos e todas possam se desenvolver enquanto seres humanos, cidadãos e profissionais”.
Milene possui graduação em Farmácia e especialização em Saúde Coletiva pela UEPG, mestrado e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). É terapeuta Comunitária formada pelo Hospital de Clínicas.
Terapia Comunitária Integrativa
A terapia comunitária é uma prática de cuidado em saúde mental. “É uma prática que não é medicalizante nem patologizante, a gente trabalha de uma forma coletiva com os recursos que cada indivíduo tem, para que as pessoas consigam resgatar sua auto-estima, despertar para aquilo que tem de bom dentro delas”, explica Milene. “É uma metodologia que transforma carências em competências”.
“Dentre todas as práticas integrativas inseridas no SUS, é a única que é brasileira”. Na década de 1980, a terapia comunitária surgiu de uma iniciativa do professor Adalberto Barreto, na Favela do Pirambu, no Ceará. “A Terapia Comunitária tem quase 40 anos, e hoje está no Brasil e no mundo todo, nos cinco continentes, em 27 países”, conta a professora.
A Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa existe há 17 anos e congrega uma rede de terapeutas comunitários. “Na pandemia, a gente tem feito um trabalho enorme em parceria com a Associação de Psiquiatria Social, Ministério da Saúde e várias outras instituições, fazendo rodas de terapia online”, lembra. “Já atendemos milhares de pessoas no mundo todo, principalmente no Brasil e América Latina, para acolher o sofrimento das pessoas em tempo de pandemia”.
Texto: Aline Jasper | Foto: Arquivo pessoal