Domingo foi dia de provas do Processo Seletivo Seriado (PSS) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Por meio da Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS), a instituição reuniu 14.233 candidatos, alunos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. No total, a taxa de abstenção foi de 1.137, o que corresponde a 7,30%. Para quem fez o PSS 3, foi a vez de disputar 505 vagas entre os 39 cursos da graduação.
As provas aconteceram em um típico domingo em família. Na entrada da UEPG, familiares dos alunos acompanhavam os adolescentes – para muitos era o primeiro processo seletivo da vida. Pai, mãe, avós, tios, irmãos pequenos e até cachorros acompanharam alunos até o portão, como um sinal de boa sorte. O desejo de boa prova também veio do reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, que conferiu a organização das provas no Campus Uvaranas. “Mais um PSS que a UEPG inicia, desejo a todos uma boa prova, para que em breve vocês possam fazer parte desta importante instituição”, desejou nas redes sociais.
A previsão era de chuva o dia todo, mas até ela deu uma trégua para que candidatos pudessem observar o Campus. Olhar a grandeza da UEPG Uvaranas foi uma surpresa para Mateus Groenwold Machado. Vindo de Itararé, São Paulo, ele sonha em cursar Direito. “Escolhi fazer UEPG por ser boa e famosa, já tinha ouvido falar da Universidade, porque todo mundo da minha cidade conhece e tenho muitos professores formados na UEPG”, conta. O bom humor e simpatia rendeu comentários da beleza e extensão do Campus. A grata surpresa veio quando descobriu que o curso de Direito fica no prédio histórico – Campus Central – local que sonha em frequentar. “Achei a prova média em dificuldade, ainda mais que nos anos anteriores foi difícil de estudar pela pandemia e ter que mudar de colégio, então se eu ficar na lista de espera já estou feliz, porque eu acho que dá pra passar”, ri.
A edição do PSS teve 15.370 candidatos inscritos, sendo 2.979 para o PSS 3. Dentre eles, estavam as amigas Débora Eduarda Siom e Fabíola Storer. Ambas são colegas e vieram de Ivaí para prestar a prova no prédio do Colégio Agrícola da UEPG. A terceira prova do PSS rendeu tranquilidade para Débora. “Nos primeiros anos foi bem dificil, não entendia muito, mas agora foquei mais nas específicas”, destaca. Focar nas matérias que são específicas no Vestibular também foi estratégia de Fabíola. “No começo eu estava muito preocupada, estava começando a ficar louca, até que precisei dar uma pausa pra mim mesma e pensar nas específicas no Vestibular, que têm questões muito parecidas com a do PSS, e foquei”.
Quem não gosta de ver seu nome entre as primeiras colocações? Para as meninas não é diferente. “Eu quero ficar tranquila no fim do ano, por isso foquei no PSS e para ficar numa colocação boa, tem que estudar”, ressalta Débora. A amiga ainda complementa: “Foi muita pressão psicológica precisar tirar uma nota boa para conseguir entrar em um curso bem disputado, então precisei estudar, porque quero ver meu nome nos primeiros lugares”.
Josias Grzebielucka optou por concorrer ao curso de Licenciatura em Geografia e se disse confiante pelo resultado. “Meus professores do colégio fizeram uma cobertura dos assuntos do PSS, então queria agradecer a eles por eu conseguir fazer a prova, porque eles tiveram grande importância na minha preparação”, ressalta. Para ele, houve um certo nervosismo pra fazer a terceira fase. “Mas pelas outras duas provas, minha experiência foi boa, porque tirei notas razoáveis, então acho que vou conseguir passar no curso que quero”, comemora.
O candidato é de Ipiranga e, na saída, estava com Ana Rafaela Freitas Silva, colega de escola, comparando as provas. “Foi uma preparação tranquila, fiz cursinho e tive ajuda da minha avó, que é professora de português, e ainda tive várias dicas de outros professores”, descreve Ana. A aluna é filha de uma família que conhece a UEPG – avó, mãe e tia são formadas pela instituição. “Minha família inteira me incentivou, então está todo mundo torcendo para eu passar”, conta.
A família também influenciou as gêmeas Alice e Julia Anes – a mãe é formada pela UEPG e elas vieram de São Paulo para fazer as provas do PSS 2 em Ponta Grossa. Ao final, até um cachorro recebeu um carinho da dupla. “Estamos fazendo o PSS pra treinar, nossa mãe estudou aqui e queria que a gente fizesse, ainda não decidimos qual curso fazer, mas vamos ficar felizes de passarmos, claro”.
Para que o PSS acontecesse, 1.567 pessoas trabalharam em 19 cidades do Paraná. Foram fiscais de sala, fiscais de corredor, operadores de detector de metal, serviço de limpeza e copa, serviço médico e motoristas. O trabalho da equipe inicia cedo, com reunião das equipes para instruções até a finalização das provas. Em pé, com os olhos atentos aos alunos, estava Lislei Preuss. Após ler as instruções, ela distribuiu a folha de provas para cada candidato. “Eu olho para eles e lembro do meu filho, que tem sete anos agora, mas sei que no futuro estará nesse mesmo lugar”, sorri. Cada dúvida vinda dos candidatos era respondida com paciência e afeto por Lislei. “São dúvidas que às vezes mostram o nervosismo deles, porque para muitos é a primeira prova, não estão acostumados, mas sempre procuro acalmá-los. É fofo ver a preocupação deles com cada detalhe”, completa.
No mesmo dia, às 20h, a CPS publicou o gabarito provisório das três provas, que pode ser conferido aqui. O resultado dos aprovados no PSS 3 está previsto para ser divulgado em 22 de dezembro. O desempenho individual para quem fez das provas 1 e 2 será publicado em 01 de março de 2023.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Aline Jasper e Jéssica Natal