Com a pandemia do novo coronavírus, Lislei Preuss, que é professora há 7 anos na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), precisou mudar sua rotina em casa para se adaptar ao ensino remoto e, ao mesmo tempo, cuidar do filho de 5 anos.
Ela leciona no curso de Serviço Social e integra há 4 anos a equipe de docentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas, Mestrado e Doutorado, e confessa que o trabalho em casa traz desafios os professores e professoras. Para Lislei não foi diferente. “Um dos maiores desafios é compatibilizar as atividades de ensino, pesquisa e extensão com a maternidade. Tenho um filho com cinco anos que também está em ensino remoto e que, como qualquer criança saudável, quer brincar, sair de casa e ter atenção, afeto, amor e carinho dos seus pais”. Ela conta que agora a UEPG e a escola do filho estão dentro da sua casa. “Não é fácil conciliar trabalho e o cuidado com o pequeno, pois para ele é difícil entender que agora estamos em home office”, desabafa.
O processo de adaptação para o ensino remoto, segundo ela, foi tranquilo, devido à experiência que possui em outras disciplinas. “Eu já ministrei aulas da pós-graduação em EAD e também tenho uma matéria na graduação em EAD”. Lislei avalia que o ensino remoto permite parcialmente uma boa aprendizagem, mas pode contemplar aspectos do ensino presencial. “O contato e a interação com os alunos a partir de metodologias ativas e diferenciadas permitem sim a integralidade de uma boa aprendizagem”, afirma.
A área de estudo da docente é a proteção social na América Latina e a saúde, especificamente a atenção primária. “Gosto muito da temática saúde nas fronteiras”, relata. Com tais mudanças a professora explica como é sua rotina de aulas na pandemia. “O dia a dia tem sido bastante cansativo, pois as aulas da graduação no formato remoto exigem uma nova proposta didática. Foi necessário a construção de novos planos das disciplinas, gravações de vídeoaulas com proposições que pudessem ser viáveis nesta modalidade. Isso foi muito desafiador. Exige uma imersão maior nos conteúdos, diluir aulas assíncronas e síncronas para não ser tão extensa a abordagem do conteúdo”.
Nas redes sociais, a professora compartilhou com bom humor os bastidores das gravações das aulas.
Em relação às plataformas de ensino disponibilizadas, a professora relatou que gosta das ferramentas, e inclusive, já usava o Google Classroom antes da pandemia, para disponibilizar os textos para os/as alunos/as.
A atividade mais desafiadora para a professora em 2020 foi integrar a equipe multidisciplinar do Programa do Governo do Estado de apoio Institucional às ações extensionistas de prevenção, cuidados e combate à pandemia do novo Coronavírus. “O programa iniciou em abril e está em vigência, com ênfase no teleatendimento através do call center, e tem proporcionado uma experiência rica e ímpar, a partir da troca e convivência com diferentes profissões e áreas do saber”, comenta.
As disciplinas são organizadas a partir de um plano de aulas remotas e presenciais, onde constam ementa, objetivos da disciplina, conteúdo que será ministrado, referencial bibliográfico e cronograma de execução. No plano estão previstas aulas síncronas e assíncronas. “Para a organização e desenvolvimento das unidades de estudo com o respectivo conteúdo, eu construo os roteiros das semanas onde informo: a unidade que iremos trabalhar, as respectivas bibliografias e como o conteúdo será abordado”, detalha.
Com a pandemia, a rotina com a família e os hobbies mudaram. “Tenho cultivado uma pequena horta e jardim no nosso apartamento; me dedicado a assistir filmes com meu pequeno e marido, inclusive assistimos vários, com direito a pipoca, o que antes da pandemia fazíamos raramente e apenas nos finais de semana”, relata.
Texto: Gabriella de Barros Fotos: Arquivo pessoal Lislei Preuss