O Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) realizou, na noite da última quinta-feira (05), o lançamento do Programa Acolher de Cuidados Paliativos. A iniciativa conta com parceria do Hospital Geral da Unimed (HGU) e iniciou com a palestra do médico geriatra Douglas Crispim, que tratou do tema ‘Por que ter cuidados paliativos nos hospitais?’.
A equipe formada pelo HU realiza desde junho de 2018 o acompanhamento de pacientes que necessitam de cuidados paliativos. Inicialmente, o trabalho acontecia nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Nosso objetivo sempre foi trabalhar pensando nos princípios do cuidado paliativo, na individualização da pessoa e na avaliação das suas necessidades, adequando seu tratamento conforme os seus sofrimentos”, salienta Edek. Após a pandemia, as ações da equipe retornaram com ações mais efetivas em abril deste ano. “A partir do momento em que individualizamos as queixas e reconhecemos quais são os problemas a serem solucionados, conseguimos tratar o paciente de uma maneira melhor e isso obviamente é importantíssimo no SUS, visto o tamanho da população que abrangemos e as cargas de sofrimento que os pacientes acabam apresentando”, conta.
O trabalho da equipe, para além da doença latente, também trata as dores sociais e psicológicas apresentadas pelo paciente. “A população que atendemos nos apresenta várias queixas maiores e, pensando em abranger várias áreas do sofrimento humano, a parte social também toma grande importância. Por isso, na equipe, temos assistentes sociais, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, além da área médica”, completa.
Palestra
Durante a conversa com Douglas Crispim, médico da Unimed, os presentes puderam refletir sobre o quanto é necessário o cuidado paliativo e como o trabalho faz diferença na vida das pessoas. “Foi surpreendente e emocionante. Me senti muito honrado de estar aqui. Pude sentir grande empatia dos profissionais, que estão aqui na luta e enfrentam mais desafios do que colegas que estão na rede privada”, salienta Crispim.
Para o palestrante, a parceria público privada entre as instituições beneficia pacientes da região. “O cuidado paliativo com pessoas que convivem com doenças graves não exclui a possibilidade de tratamento, mas adiciona, é inclusiva”. Para ele, os pacientes serão os maiores beneficiados da parceria. “Todos verão a diferença desse trabalho, tanto aqueles que têm condições de dizer que sofrem, que sentem dores, quanto aos que já não têm mais condições de se comunicar e que nem por isso deixam de sofrer”, finaliza.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Maurício Bollete