Neste domingo (02) e segunda (03), a Universidade Estadual de Ponta Grossa realiza o Vestibular 2020, adiado por conta da pandemia de Covid-19. Para a realização presencial das provas, a Coordenadoria de Processos de Seleção adota um rígido protocolo de biossegurança, que teve início na segunda (26), com a testagem dos colaboradores que irão trabalhar nos locais de prova. A UEPG é a primeira Universidade pública do Paraná a realizar o vestibular de forma presencial desde o início da pandemia.
A realização do Vestibular, conforme o Protocolo de Biossegurança elaborado pela CPS/UEPG, foi aprovada pela Secretaria de Estado da Saúde, de acordo com despacho emitido na sexta-feira (23). “Realizar o Vestibular da UEPG em uma pandemia se tornou um grande desafio, que foi muito bem pensado e planejado visando preservar a saúde de todos os candidatos e de todos os colaboradores que atuarão na aplicação das provas”, garante o coordenador da CPS, Edson Luis Marchinski. “A UEPG se preocupou em adquirir muito álcool em gel e termômetros infravermelho para verificar a temperatura de todos os envolvidos no Vestibular”, conta. São 2 mil frascos de álcool e 100 termômetros, para garantir a segurança nos dias de prova.
Participam do Vestibular da UEPG 9.946 inscritos, disputando 1415 vagas em 39 cursos, sendo que 20% dos candidatos são de fora do Paraná. O coordenador conta que o distanciamento entre os candidatos fez parte da preocupação na organização e as salas serão ocupadas por no máximo 50% da capacidade total, o que fez com que o número de locais de prova duplicasse. Dos 20 locais originalmente previstos, agora são 41, distribuídos por 13 cidades: Apucarana, Cascavel, Castro, Curitiba, Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Jacarezinho, Maringá, Palmeira, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Umuarama.
Para fazer toda essa estrutura funcionar, 1100 colaboradores trabalham na organização e realização do Vestibular. “A UEPG está realizando exame RT-PCR em todas as pessoas que vão trabalhar no Vestibular, proporcionando mais segurança ao evento, pois as pessoas positivadas serão substituídas”, aponta Marchinski.
Testagem para Covid-19
De segunda (26) a quarta-feira (28), os profissionais que vão atuar no Vestibular estão passando pela testagem para Covid-19. Os testes envolvem a coleta de uma amostra de saliva e fazem parte de uma parceria com o Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como explica o professor Giovani Marino Favero, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEPG, a testagem acontece na semana do vestibular e 10 dias após a aplicação das provas. “Com essa segunda testagem, conseguimos fazer com que os colaboradores do vestibular sejam indivíduos de marcação, no sentido de verificar se as normas de distanciamento do vestibular foram eficazes, além de possibilitar o controle da disseminação do vírus”, aponta.
Como conta o professor Douglas Adamoski, da UFPR, a ideia é assegurar um ambiente mais seguro para os envolvidos e, ao mesmo tempo, desenvolver um contexto de pesquisa para avaliar a eficácia das medidas de distanciamento e biossegurança adotadas na aplicação dos exames. “A proposta, dentro do contexto do projeto de pesquisa aprovado, envolve testar cerca de 1200 colaboradores antes das provas e uma semana depois, evitando que possíveis assintomáticos contribuam para a disseminação do vírus e, posteriormente, verificando eventual exposição ao vírus no período entre os exames”, explica.
São exames do tipo RT-PCR, ou seja, testes moleculares que identificam a presença do vírus Sars-CoV-2 no organismo, em período de transmissão. O projeto da UFPR utiliza a infraestrutura dos Laboratórios de Citogenética e Oncogenética Humana (LabCHO) e Imunogenética e Histocompatibilidade (LIGH) e é certificado pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR) para diagnóstico de Covid-19, além de integrar a RedeVírus, com recursos do Ministério de Ciência e Tecnologia, no projeto Laboratórios de Campanha. Segundo o professor Douglas, essa rede permitiu ampliar a capacidade de realização de exames. “Até o presente momento, foram mais de 18 mil testes realizados – incluindo comunidade acadêmica, populações vulneráveis e apoio ao Hospital de Clínicas da universidade”, comemora.
Protocolo de Biossegurança
Os locais receberão uma série de adaptações para garantir a segurança de todos, além de higienização cuidadosa antes e depois das provas. Nos corredores, haverá um direcionamento de fluxo em sentido único para minimizar o tráfego de pessoas frente a frente, sempre que possível. Quanto aos colaboradores, não deverão pertencer aos grupos de risco para Covid-19 e realizarão teste RT-PCR para Covid-19 na semana de aplicação das provas e 10 dias após. Outras medidas estão disponíveis no Protocolo de Biossegurança completo.
Texto: Aline Jasper Fotos: Jéssica Natal