Bolsistas da Seti e FA terão bolsas reajustadas em 25%

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Durante a reunião do Conselho de Administração da Universidade Estadual de Ponta Grossa, realizada hoje (14), o reitor pró-tempore Sílvio Rutz da Silva divulgou aos conselheiros o reajuste de 25% nas bolsas concedidas a pesquisadores pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e pela Fundação Araucária.

O Governo do Estado do Paraná, em 9 de março, anunciou que as bolsas de pesquisadores, professores, estudantes, indígenas e profissionais recém-formados serão pagas a partir de abril já com os valores atualizados. O reajuste, realizado com recursos do Fundo Paraná, representa um acréscimo total de R$ 2,73 milhões, com investimento de R$ 13,6 milhões durante o ano de 2022.

O último reajuste nos valores das bolsas de pesquisa ocorreu em 2013. Com a nova tabela, os valores passam de R$ 2.200 para R$ 2.750 (alunos de doutorado); de R$ 1.500 para R$ 1.875 (alunos de mestrado); e de R$ 400 para R$ 500 (alunos de iniciação científica). De acordo com dados da Seti, em fevereiro deste ano foram pagas 751 bolsas-auxílio para profissionais e estudantes de diferentes iniciativas institucionais, como os programas de Restec, Universidade Sem fronteiras (USF), entre outros.

O Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEPG, Giovani Marino Favero, diz que, após um longo período sem reposição inflacionária, a iniciativa servirá como mais um incentivo aos pesquisadores em fase de formação. “A realidade econômica afastou talentos, principalmente da pós-graduação”, detalha. Os novos valores, de acordo com Favero, passam a ser atrativos, principalmente para a Iniciação Científica, que é a porta de entrada na Ciência Acadêmica. “A UEPG possui mais de cento e cinquenta bolsas de Iniciação Científica da Fundação Araucária, além de contar com bolsas de Mestrado, Doutorado, Residência Técnica, Universidade Sem Fronteiras entre outras”.

Edina Schimanski, Pró-reitora de Extensão e Assuntos Culturais da UEPG,  afirma que o reajuste no valor das bolsas chega num momento muito importante. “Compreendemos a necessidade de revisão dos valores. Esta tem sido uma reivindicação recorrente da extensão que agora é atendida”.

O reitor pró-tempore, Sílvio Rutz da Silva, comemorou o reajuste e avaliou como “uma conquista importante para que os pesquisadores paranaenses sejam estimulados à permanência e não sejam facilmente atraídos por outras oportunidades mais vantajosas financeiramente”.

Para o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, “é um momento muito especial, em que podemos proporcionar um dos maiores índices de correção do País nos valores das bolsas. Isso garante ao Paraná acabar com o que chamamos de ‘evasão de cérebros”.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, reforçou a importância dos pesquisadores para o desenvolvimento do Paraná. “Esse reajuste era extremamente necessário, pois estamos num período em que a contribuição dos pesquisadores é fundamental para o desenvolvimento sócio científico, econômico e tecnológico, desde a iniciação científica até os doutorados”, disse ele, ressaltando que essa revisão de custeio atende demanda da própria classe profissional.

Indígenas

O Paraná é o único Estado do País que dispõe de vestibular indígena como política pública estadual. O Programa Universidade para os Índios tem 265 alunos matriculados em cursos de graduação e de pós-graduação. São ofertadas bolsas-auxílio em duas modalidades: estudante indígena sem filhos e estudante indígena com filhos. Com o reajuste de 25%, os valores dessas bolsas passarão de R$ 900 para R$ 1.125 e de R$ 1.350 para R$ 1.687,50, respectivamente. As bolsas não eram corrigidas desde 2016.

Entre os anos de 2019 e 2021, o Governo do Estado destinou R$ 8,5 milhões para custear esses auxílios para os alunos indígenas. “Essa bolsa ajuda na alimentação, no pagamento do aluguel desses estudantes. E o valor estava defasado. Contamos com a sensibilidade do governador Ratinho Junior, que mesmo em um momento delicado do caixa em razão da pandemia garantiu esse aumento”, disse o superintendente-geral de Diálogo e Interação Social do Governo do Estado, Mauro Rockenbach.

A indígena Evelyn Paola Guimarães da Silva Lourenço, de Santa Amélia, na Região Norte, é uma das estudantes beneficiadas com a bolsa. Ela estuda Odontologia na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), em Jacarezinho. “Fiz o vestibular no ano passado e consegui ingressar na universidade, uma grande dificuldade para o povo indígena. Estou muito feliz e grata por esse aumento no valor da bolsa. Como estudo em período integral, não posso trabalhar, então a bolsa vai ajudar a me manter”, afirmou.

Fundação Araucária

No ano passado, a Fundação Araucária concedeu um total de 4.380 bolsas, somando R$ 37,9 milhões. Desse montante, R$ 18,6 milhões, equivalente a 49,27%, foram destinados ao fomento da produção científica e tecnológica.

Outros R$ 18,6 milhões foram direcionados para formação e qualificação de pesquisadores, contemplando bolsas de iniciação científica e desenvolvimento tecnológico, extensão universitária e inclusão social. Mais R$ 568 mil (1,5%) apoiaram a organização e participação de pesquisadores em eventos científicos e divulgação de trabalhos acadêmicos.

Texto e foto: Luciane Navarro

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