A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu, na última terça-feira (07), representantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL). O grupo apresentou demandas das famílias que moram na ocupação do Andorinhas. A instituição acolheu os relatos e iniciará o processo de auxílio, por meio de projetos de extensão da Universidade e intermediação com o poder público.
“O balanço da reunião é positivo, uma vez que a Universidade tem inúmeros cursos de extensão para desenvolver na ocupação e para ajudar que a gente consiga transformar em um comunidade organizada e bonita”, diz Leandro Dias, um dos coordenadores da ocupação. “A Universidade tem um papel de sociabilizar as pessoas, com projetos de geração de emprego e renda. Já temos professores nos ajudando e essa integração é super positiva, também, na mediação com poderes públicos”.
Dentre os projetos de extensão da UEPG que irão trabalhar com as famílias está a Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol). “Poderemos identificar grupos com potencial de geração de renda e trabalhar com elas, na perspectiva da economia solidária, com princípios de decisão coletiva, democrática, com respeito a diversidade, meio ambiente e desenvolvimento sustentável”, conta a coordenadora Reidy Rolim. Segundo a professora, é imprescindível a aplicação de políticas públicas para o desenvolvimento da comunidade. “Quem está em vulnerabilidade social acaba dependendo de auxílio de terceiros para a sua sobrevivência, por isso é preciso que as políticas públicas estejam presentes, para vermos uma saída dessa condição”, pontua.
Alisson Alves Pepe, advogado das famílias da ocupação, diz que a situação da comunidade não se trata de apenas um mero entrave jurídico, mas sim de um profundo problema social relacionado ao déficit habitacional do município. “Nesse contexto, a aproximação da UEPG vai de encontro com a esperada responsabilidade social de uma Universidade, formando um necessário elo entre o conhecimento gerado e a sua aplicação, em face das necessidades locais, o que é a verdadeira razão de existir de uma Universidade Pública”, salienta. Pepe ressalta a expectativa em relação a parceria com a UEPG, “bem como, ao futuro levantamento dos projetos de extensão e pesquisa que poderão atuar em face das demandas da comunidade da ocupação Andorinhas”.
Texto e fotos: Jéssica Natal