Acadêmica da UEPG conta como tem sido rotina de estudos durante a pandemia

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Assim como os(as) professores(as), os(as) alunos(as) têm sofrido os impactos da pandemia na rotina de estudos. A aluna Bruna Dezevecki Olszewski, estudante do 4º ano de Bacharelado em Direito na UEPG, produz em sua conta do Instagram conteúdos relacionados à rotina de estudos e à adaptação durante o isolamento social. A estudante decidiu cursar Direito quando estava no terceiro ano do ensino médio e escolheu a UEPG para realizar esse sonho.

Quem é a Bruna e como é sua trajetória no curso de Direito? Além disso, como você tem lidado com o isolamento/distanciamento social?

Desde o início da graduação, busquei participar das diversas experiências que a UEPG me oferece. Assim, fiz parte de projetos de extensão e de pesquisa, desenvolvendo o amor pela pesquisa. Tais experiências me fizeram perceber a matéria que mais gosto: Direito das Famílias, com a qual pretendo trabalhar quando formada, na posição de advogada. Como hobbies, gosto de praticar esportes, a exemplo do handebol, juntamente com a atlética do meu curso. Também gosto bastante de coisas relacionadas à papelaria e organização. Ultimamente, como efeito da quarentena, tenho me dedicado a fazer cursos on-line, especialmente na área de marketing. Em relação ao isolamento/distanciamento social, acredito que foi um período de introspecção para todos. Para mim, foi o momento de que eu precisava para silenciar e decidir os próximos passos da minha carreira pessoal e profissional. Entretanto, tem se tratado de um momento difícil e desafiador, principalmente em relação à autocobrança de tentar ser produtiva o tempo inteiro e também dar conta de todas as coisas que nos são propostas. Tais problemáticas acabam por interferir na saúde mental, exigindo um esforço a mais para superar esse período. Por fim, acredito que me resta a esperança de que no cenário pós-pandemia estaremos diante de um mundo melhor, com pessoas melhores.

Como tem sido a rotina de estudos em casa?

Bom, no início do período da quarentena, bem como com o início das aulas na modalidade remota, conseguia manter uma rotina de estudos constante, juntamente com as aulas. Atualmente, após alguns meses de EAD, meu rendimento diminuiu drasticamente, sendo que não consigo mais estudar todos os dias da semana. Além disso, no decorrer da pandemia, pude verificar diversas oscilações de produtividade, sendo que em alguns momentos, tinha muita vontade de estudar, enquanto que em outros, acabava limitava a fazer o que era proposto. Acredito que isso é efeito do que estamos passando.

Qual a maior dificuldade de estudar em casa e qual a maior vantagem?

A maior vantagem é ter minha própria rotina e poder fazer meus próprios horários, haja vista a possibilidade de rever as aulas a qualquer momento. Entretanto, no meu caso, existem mais dificuldades do que vantagens. É clara a dificuldade de manter o foco nas aulas por mais de 50 minutos, o que prejudica o aprendizado. Ainda, há interferências de familiares, animais domésticos, barulhos externos, etc. Além disso, em virtude de passar longos períodos diários na frente do computador e muitas vezes no mesmo local, as dores de cabeça são constantes, bem como a sensação de esgotamento e consequente não rendimento.

Você passa bastante dicas de estudos em seu Instagram? Quando isso começou?

Sim. Começar a fazer isso era um desejo antigo, dado todo cenário profissional amplamente disseminado nas redes sociais, especialmente no Instagram. Com a pandemia, considerando o tempo livre, bem como as dificuldades enfrentadas por nós estudantes, vi a possibilidade de repassar algumas dicas e vivências estudantis que poderiam auxiliar aqueles que estão passando pela mesma situação que eu. Para tanto, adaptei um cronograma de estudos para o período pandêmico, o qual compartilhei no meu perfil, e ainda materiais de planejamento semanal e mensal para auxílio, todos repassados gratuitamente. Com a visibilidade que ocorreu, bem como os feedbacks positivos que obtive, a ideia tomou outro viés. O propósito agora é repassar essas vivências enquanto estudante de direito para, posteriormente, compartilhar minha experiência profissional como advogada e assim buscar outros nichos na carreira.

A pandemia contribuiu para uma maior divulgação de conteúdos relacionados ao estudo?

Sim, com certeza. Posso afirmar que se não fosse a pandemia, eu nunca teria feito isso. Embora fosse um desejo antigo, como já mencionei, executá-lo demanda tempo, estudo e também certa coragem. Para compartilhar conteúdos na rede social é preciso, primeiramente, estudar a respeito do que se pretende falar e ainda, preparar todo o roteiro de imagens, legendas, edição, entender de métricas do Instagram, entre outras coisas. Em relação à coragem, acredito que este período também foi determinante. As redes sociais são um espaço de muitos julgamentos e opiniões, porém com esse período em que estamos passando, acredito que, de certa forma, isso foi suavizado. Diante disso, senti mais liberdade para compartilhar minhas dicas e simplesmente ser eu mesma nas redes sociais. Acredito que com muitas pessoas também foi dessa forma e a tendência é observar o crescimento gradativo desses perfis voltados especificamente a estudos, visto que atualmente o Instagram deixou de ser meramente uma rede social de lazer.

Como é a recepção das pessoas com relação às dicas?

A recepção das pessoas tem sido algo realmente incrível. Confesso que eu não imaginava que a repercussão seria tão positiva. Muita gente fala pra mim que está passando pelos mesmos problemas e dificuldades, o que acaba por criar conexões positivas entre os estudantes. Além disso, várias pessoas postam em suas redes sociais que também estão utilizando os materiais disponibilizados, o que indica que, de certa forma, eles têm sido úteis. Ainda, surgiram algumas oportunidades de parcerias através do Instagram, bem como novas amizades. Outro ponto interessante é que, de início, imaginei que apenas colegas de direito se interessariam pelo perfil, entretanto, estudantes de diversos cursos têm utilizado meus materiais. Neste mesmo sentido, pensei que a repercussão das publicações estaria limitada a pessoas de Ponta Grossa, ou até mesmo da UEPG, mas tenho pessoas de outras cidades, e até mesmo de outros estados, interagindo comigo. Essa troca é bastante positiva!

Como estudante, você acha que os alunos têm uma boa aprendizagem pelo ensino remoto ?

Falando primeiramente por mim, se comparar o aprendizado da sala de aula com o EAD, acredito que a forma remota sai perdendo. Isso se deve ao fato de que nem sempre eu consigo me concentrar nas aulas on-line, o que acaba prejudicando bastante o rendimento. Em relação a outros alunos, pelas trocas que fazem comigo, acredito que muita gente está no mesmo barco. Em contrapartida, existem exceções. Algumas pessoas compartilham comigo que estão amando o EAD, e que conseguem facilmente estudar e se dedicar. Acredito que vai muito do perfil de cada aluno. Eu, Bruna, confesso estar ansiosa para o retorno das aulas presenciais.

Como é a sua experiência com as plataformas de ensino disponibilizadas, o Google Meet e Google Classroom? Acha que é uma boa forma de disponibilizar conteúdo ou a forma tradicional (sala de aula) de estudo se enquadra melhor?

Considerando todas as plataformas de ensino remoto disponibilizadas, acredito que as do Google são uma boa opção para as aulas em si, até para o compartilhamento de materiais e realização de atividades. Além disso, a plataforma raramente dá problemas, sendo muito intuitiva na sua utilização. Quando são apresentados slides e ou roteiros de aula pelo professor, a aula se torna muito mais dinâmica, facilitando a compreensão do conteúdo. Considerando todo cenário, acredito que os mecanismos são satisfatórios. Entretanto, se comparar a aula remota à aula presencial, esta última é extremamente melhor.

Como você descreveria sua experiência no ensino remoto?

Acredito que, de início, minha experiência foi extremamente satisfatória, visto que nunca tive nenhum contato com as aulas dessa maneira e já estava há algum tempo com as aulas suspensas. Após alguns meses de aulas no formato EAD, reconheço que, no cenário atípico em que estamos, a modalidade é adequada. Entretanto, no cenário pós-pandemia, para melhor aproveitamento e rendimento, as aulas devem retornar à modalidade presencial.

Texto: Gabriella de Barros Foto: Arquivo pessoal Bruna Dezevecki Olszewski

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