Sobre o desafio na Broto, Samaha esclarece que a plataforma é uma solução tecnológica sistêmica para todas as etapas da cadeia produtiva (crédito, seguros, insumos, gestão, entre outros), que tem como missão ajudar produtores rurais a expandirem seus negócios. “Vejo que posso contribuir por minha trajetória profissional, por ser oriundo de um Estado potente no setor agrícola e com o acesso ao conhecimento, porque esta plataforma proporciona cursos, artigos, palestras, enfim, capacitação para lidar com diversos cenários da gestão do agronegócio”.
Para o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, é uma honra ter o professor Michel Samaha na direção geral da Broto, num cargo de importância para o Brasil todo. “A inserção de agentes universitários e professores das nossas universidades, especialmente da UEPG, em cargos de decisão, ajuda a transformar o país neste momento que estamos passando.” A reitoria parabeniza e reforça a confiança no professor Michel. “Sua ida para a Broto tem o nosso voto de confiança e é marcada pelo compromisso que temos com um outro Brasil”, conclui Sanches.
“Estou muito feliz em contribuir para uma equipe inovadora e altamente qualificada, que se dedica integralmente à capacitação do produtor rural e à ampliação da competitividade do agronegócio brasileiro”, conclui Samaha.
De acordo com portaria da Universidade, publicada na quinta-feira (13), para o exercício do cargo, o professor estará afastado das suas funções na UEPG até 31 de dezembro de 2023, período que pode ser prorrogado a pedido.
Período na Seti
Samaha lembra que foi para a Secretaria (Seti), à época Superintendência, no início da gestão de Aldo Nelson Bona, que tem como metas a inserção das Universidades como protagonistas no desenvolvimento socioeconômico regional; o estímulo aos ecossistemas de inovação; e o aprofundamento da relação universidade-empresa. “No segundo ano de gestão, o sistema precisou se adaptar devido à crise sanitária do coronavírus. Neste momento de crise, as Universidades se uniram e deram uma resposta muito qualificada, combatendo o coronavírus, mas também gerando conhecimento”, recorda.
Como um trabalho importante do período na Seti, Samaha destaca o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que é, segundo ele, resultado de uma série de desafios legislativos. “Começamos reformulando na Lei de Inovação do Estado do Paraná; elaboramos a Lei das Fundações; a Lei Fundo Paraná; a Lei Geral das Universidades. Foram vários desafios que conseguimos vencer com bastante êxito. Estas conquistas ficam como um legado permanente da nossa passagem aqui pela Seti”.
A Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável (Ageuni) é motivo de orgulho, dentre as iniciativas mais recentes da Secretaria. “No momento desta entrevista, estamos analisando mais de 350 projetos da sociedade, de empresas e de poderes públicos locais, demandando soluções de pesquisa e desenvolvimento para as nossas universidade”. Em meio aos destaques mencionados com entusiasmo, estão o Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime); Projetek, que auxilia pequenos municípios com projetos de engenharia e arquitetura, e a ampliação do Programa de Residência Técnica, “certamente o maior do Paraná”, nas palavras de Samaha.
Realizações na Proad UEPG
Ao deixar a Proad, em 2019, Samaha classificou a experiência como “fantástica”. Ele, que integrou a equipe da modernização administrativa da UEPG, ressaltou a realização de licitações importantes para a Universidade, como segunda etapa do projeto Rota Segura. “Refizemos as licitações do Centro Multiusuário de Pesquisa Avançada para Tecnologias do Agronegócio (CTAgro) e do Centro de Apoio Técnico do Pax (Centro de Eventos), que corriam risco de cancelamento pelos órgãos financiadores”. Como pró-reitor, Samaha teve como lema a inovação permanente na gestão dos recursos públicos.
Formação
Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Pelotas-RS (1990) e em Direito pela UEPG (2003), Samaha é mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (1994), doutor em Ciências Sociais Aplicadas pela UEPG (2017), com estágio doutoral na Universidade Autônoma de Barcelona (2015). Michel também foi pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) entre 1992 e 1997.
Sobre a plataforma
A plataforma Broto foi lançada durante a pandemia do Coronavírus, como alternativa às feiras de agronegócio, suspensas por conta das restrições sociais. Em 2022, completou dois anos, com mais de R$ 2 bilhões em negócios voltados ao acesso de produtores rurais a produtos e serviços bancários e não bancários. É uma plataforma aberta que abrange todas as fases da cadeia produtiva. Nela, os produtores podem simular financiamentos, com condições de crédito; acessar conteúdos gratuitos como artigos, relatórios, livros digitais, podcasts; novidades e entrevistas com lideranças do setor.
Texto: Luciane Navarro Foto da capa: Banco do Brasil Fotos da matéria: Afonso Verner, Aline Jasper e Luciane Navarro;