

“Foi uma parceria inovadora para a região dos Campos Gerais, com um termo de cooperação entre a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) e a Seed”, afirma a diretora-geral dos HU-UEPG, professora Fabiana Postiglioni Mansani. “Para além da ação educacional realizada, existe um trabalho bem humanizado com as crianças. Quando a proposta chegou para os hospitais foi aceita imediatamente, sempre na perspectiva de melhorar e ampliar o nosso trabalho de humanização que tem feito muita diferença na qualidade de vida dos pacientes internados, dos familiares que acompanham e também dos servidores da instituição”. Para ela, já é possível perceber o resultado fantástico no acompanhamento aos pacientes, com a presença dos professores e pedagogos dentro do hospital. “Dessa forma, a gente passa a ter não só uma atividade assistencial, para ter uma atividade humanizada, educacional e social”.
A coordenação do Sareh nos HU-UEPG é de responsabilidade da Diretoria Acadêmica (DAC), que esteve presente em todo o processo de introdução do serviço, desde os primeiros contatos com a Seed até a ambientação das professoras nos HU. A DAC foi responsável pela identificação de demanda do serviço, as reuniões para alinhamento e orientação da equipe quanto ao funcionamento dos hospitais, organização do espaço físico, cadastros necessários e integração para as professoras atuantes nas unidades.
De acordo com Débora Melo Mazzo, coordenadora de projetos de pesquisa e extensão, do ponto de vista educativo, o Sareh é fundamental para manter os pacientes inseridos no processo escolar sem que tenham prejuízo no desenvolvimento de suas atividades por conta da hospitalização. “A não-interrupção do processo de aprendizagem auxilia na recuperação do paciente/aluno pois continuar, de certa forma, com uma atividade cotidiana traz segurança, reduz o estresse, torna o ambiente hospitalar mais agradável e menos traumático. Ter o Sareh presente no HU consolida mais ainda o status de hospital de ensino, pois assim atingimos um outro estrato da camada educacional: a educação básica”, destaca.
Mais de 70 alunos-pacientes já foram atendidos pelo Sareh no HU e no Humai
A pedagoga da Seed Márcia Ostrufka coordena o Sareh nos HU-UEPG. Ela conta que ao todo são três professoras em áreas diferentes que atendem os alunos: exatas, humanas e linguagens. A pedagoga relata que o projeto teve início em fevereiro deste ano e já foram atendidos mais de 70 alunos entre os dois hospitais da UEPG. No HU, os atendimentos são para adolescentes de 13 a 18 anos, enquanto o Humai atende crianças de 7 a 12 anos.
“Aqui no Humai, as mães ficam encantadas ao ver os alunos fazendo atividades com os professores. A demanda do hospital rege o dia e o horário dos professores. Quando a demanda é maior no HU, os professores se concentram aqui, e quando temos demanda em ambos os lugares, elas se dividem para atender”, garante Márcia.
Além dos benefícios para os alunos-pacientes, as famílias também aprovam as atividades. Rosângela Figurski Stukowski é de São João do Triunfo e o filho dela ficou três dias internado no HU após uma cirurgia. Para ela, o Sareh é muito positivo. “Ele não tem muito o que fazer no Hospital, fica muito tempo deitado. E com essas atividades escolares podem fazer algo útil e não esquecendo da escola, que é o lugar que mais gostam de frequentar”.
“Eu quero agradecer as professoras que ajudaram o Bernardo enquanto a gente estava no hospital. Elas iniciaram um projeto e foram muito úteis, pois ele recebeu atividades da escola elas ajudaram a resolver algumas dúvidas. Foi uma experiência ótima, mesmo em uma situação difícil, pois as professoras conversaram com o Bernardo e com as outras crianças, ajudando a minimizar o momento difícil. Só tenho que agradecer”, conta Tatiane Santos Oliveira, a mãe do pequeno Bernardo, que já recebeu alta do Humai, mas foi atendido pelo Sareh.
O próprio paciente ficou muito grato pela oportunidade de manter algumas atividades escolares durante o internamento. “Eu gostei muito das professoras do hospital, muito legais. Me ajudaram esse tantão de dias que eu fiquei no hospital, me ajudaram muito! Que Deus abençoe”, disse Bernardo.
Texto: Tierri Angeluci / Fotos: Larissa Godoy e Tierri Angeluci