O Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG) segue, nesta terça-feira (17), para o segundo dia de programação da 20ª Semana Nacional de Museus. O painel aborda ‘Trajetórias em Acervos’ e será ministrado pelos docentes do Departamento de História da UEPG Elizabeth Johansen e Ilton Cesar Martins. O evento acontece, desde as 14h, no Auditório Brasil Pinheiro Machado.
Ambos os palestrantes possuem experiência em pesquisa e gestão de acervos em arquivos, casas de memória e espaços museais. O evento no Auditório Brasil Pinheiro Machado é gratuito e aberto ao público. A professora Elizabeth Johansen é chefe do Departamento de História desde abril deste ano, tem mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná e é doutora em Geografia pela UEPG, além de já ter sido diretora do MCG. O docente Ilton Cesar Martins acaba de assumir a direção de Ação Educativa do MCG. Ele é mestre e doutor em História pela UFPR e realizou pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em História da UEPG.
Noite de abertura
Na noite desta segunda-feira (16), a conferência de abertura do evento focou no processo de restauro da sede histórica do MCG-UEPG. Pela primeira vez, uma palestra faz o detalhamento tanto do projeto arquitetônico, do andamento das obras, bem como dos processos que resultaram na obtenção dos recursos.
A pró-reitora de Planejamento da UEPG abriu as falas, com apresentação da planta do prédio e exibição das adaptações que serão necessárias para atendimento de critérios de acessibilidade. A professora mostrou, ainda, como deve ficar a divisão de salas nos dois andares e a concepção do prédio anexo também presente no projeto arquitetônico.
A seguir, o juiz federal e professor da UEPG, Antônio César Bochenek ressaltou as finalidades e possibilidades de uso do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Ele relembrou a histórica aproximação com a UEPG e conversas com a Reitoria, a fim de evidenciar formas de colaboração do Judiciário com a instituição. Um dos mecanismos foi o edital que previa preservação e recuperação de antigas sedes da justiça brasileira, no qual a Universidade saiu contemplada para restauro da sede histórica do Museu. “Para isso fizemos uma avaliação do que era necessário fazer para o projeto ser aprovado e não era pouca coisa”, lembra.
O reitor Miguel Sanches Neto complementou o debate ao expor o percurso de várias tentativas de recuperação do antigo prédio. “O Museu era utilizado até 2003, até não ser mais possível de usá-lo por conta dos riscos e do estado precário do prédio”, recorda. Foi então que o patrimônio histórico determinou que o prédio deveria ser preservado. “A preservação é um dever social da Universidade e de toda sociedade”, diz. Para o reitor, o gesto de restauro e preservação é importante também nesse sentido, de mostrar à sociedade um dos compromissos da Universidade Pública para com o patrimônio da cidade e do Estado.
O professor Robson Laverdi, do Programa de Pós-Graduação em História da UEPG, enfatizou a sintonia desse processo com a própria transformação recente da ideia de museus. “Hoje os museus se convertem também em espaços culturais, educativos e de transformação”, diz. Já para o coordenador do PPGH, que também acompanhou o evento, é fundamental comunicar à sociedade todo o processo do restauro e explicar, de forma didática, a aplicação dos recursos – uma vez que vários setores não compreender as demandas técnicas específicas desse tipo de empreendimento e a relevância da preservação do patrimônio histórico. O diretor do Museu de Ciências Naturais da UEPG, Antonio Liccardo, parabenizou a conferência, sobretudo ao prestar informações sobre o que considera uma das lacunas do trabalho de gestão cultural, que é a de se entender melhor e divulgar os meios de obtenção de recursos para projetos.
Memórias Digitais
O Cobaia, Contraponto, O Trabuco, Imagem e Ação. Esse são alguns dos títulos de jornais experimentais do curso de Jornalismo da UEPG, que agora passam a estar disponíveis de forma gratuita e online no repositório Memórias Digitais. A coleção remete aos primeiros anos de atividade laboratorial da graduação, na segunda metade da década de 1980, se estendendo a início dos anos de 1990.
A digitalização só foi possível pela cessão temporária do acervo do Departamento de Jornalismo da UEPG realizada pela coordenação de curso. O coordenador Felipe Pontes destaca o serviço prestado pela secretária Darlene Galvão de Oliveira, do Departamento de Jornalismo, na conservação e guarda dos impressos. “Os jornais são fundamentais para compreensão da institucionalização da graduação em Jornalismo na UEPG, bem como para compreensão da realidade de ensino, profissional e para a documentação da trajetória da Universidade”, ressalta. Confira todos os jornais da coleção do Dejor no Memórias Digitais.
Texto: Rafael Schoenherr | Adaptação: Jéssica Natal | Fotos: Rafael Schoenherr