São 29 anos de UEPG, completos em 02 de julho. Desde 1992, Tadeu Machado trabalha na mesma função: pintor da Prefeitura do Campus (Precam). “É minha área, o que eu gosto de fazer”, conta. E ele faz com capricho: prepara as paredes, limpa, aplica a massa corrida, lixa. Com a experiência de quem trabalhou praticamente a vida toda, mistura a tinta, prepara os pincéis e rolos. O trabalho é rápido e eficiente, e logo a parede ganha nova cor.
Vida e vocação
Antes de descobrir a vocação de pintor, Tadeu trabalhou em cooperativas e metalúrgicas. “Depois trabalhei uns 15 anos por conta, como pintor. Hoje meus irmãos também trabalham com isso”, lembra. Aí surgiu a oportunidade de prestar o concurso público na UEPG. “Achei que ia durar uns seis meses, só. Tô aí até hoje, na batalha”, sorri.
De batalhas, ele entende. Desde os 10 anos de idade, ajudava a criar os irmãos. Hoje, aos 56, tem um filho de 19 anos, uma filha de 27 e dois netos pequenos. No trabalho, foi vendo os colegas de profissão saírem, um a um. “Éramos uma equipe de 12. Uns se aposentaram, outros saíram da função, outros morreram”. Na seção de pintura da Precam, Tadeu tem a companhia de um colega pintor e dois auxiliares.
Amizades
“Era tipo uma olimpíada: tinha natação, vôlei, basquete, xadrez, atletismo, várias modalidades”, relembra o pintor. Por alguns dias, as equipes formadas por servidores e professores das Universidades competiam em diversas modalidades e, principalmente, interagiam em um ambiente descontraído. Em cada ano, uma das Universidades Estaduais sediava o evento. “Eu gostava mais do futebol, mas o que nós fomos mais vezes campeões era o bolão”.
Construir uma Universidade
No período em que trabalha na UEPG, Tadeu viu, literalmente, a Universidade ser construída. “Quando eu entrei, estavam fazendo o Bloco M”. Logo já foi escalado para a pintura do prédio. De cima dos andaimes, via as obras e o Campus Uvaranas. Agora, trabalha com a pintura interna dos blocos. Durante a conversa para essa reportagem, ele pintava as paredes da Coordenadoria de Comunicação (CCOM). Depois, os corredores da Reitoria ganharam cara nova, com capricho.
A maioria dos prédios da instituição viram os pincéis de Tadeu, em algum momento. Desde o Crutac, em Itaiacoca, passando pelo Campus Centro e todos os blocos do Campus Uvaranas, o pintor ajudou a revitalizar, bloco por bloco, a Universidade.
“E ‘tamo’ aí na luta, na lida”. Para quem faz o trabalho com alegria, como Tadeu, fica um pouco mais fácil. Ele ri ao lembrar de uma história: “Estava pintando lá no Bloco B e cantando. Os alunos fazendo prova, saíram para olhar”. Achando que era para parar de cantar, ficou quieto. O pedido surpreendeu: “Canta mais uma”. Não tem como não rir junto com o olhar bem-humorado de Seu Tadeu, cantarolando enquanto termina a última demão de tinta.
Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper e Arquivo CCom