UEPG tem novos doutorados em Ciências da Saúde, Estudos da Linguagem e Bioenergia

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Pesquisadores agora contam com mais um avanço para formação humana, científica e social. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tem três novos cursos de Doutorado: Ciências da Saúde, Estudos da Linguagem e Bioenergia. Os cursos foram aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e dependem de publicação em Diário Oficial para iniciar o processo seletivo de formação da primeira turma.

Com a novidade, a instituição agora conta com 22 Mestrados Acadêmicos, 05 Mestrados Profissionais e 16 Doutorados. A aprovação significa um marco significativo no avanço do conhecimento e na formação de pesquisadores, segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), Giovani Favero. “Esses cursos suprem uma demanda reprimida de Ponta Grossa e dos Campos Gerais, por isso saliento o esforço dos docentes envolvidos desde a implementação dos Mestrados, na manutenção desses programas, no aumento da qualidade e na dedicação para essas propostas”, comemora.

Ciências da Saúde 

O O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde é jovem na instituição. Criado em 2016, teve o pedido de implantação de Doutorado aprovado na primeira tentativa com a Capes. “Todo Programa inicia com nota três junto à Capes e só esperamos atingir a nota quatro, em 2021, para fazermos o pedido. Elaboramos a proposta no início do ano passado e, com grata surpresa, o curso foi aprovado”, comemora a professora Dionízia Xavier Scomparin. A docente ressalta o caráter multidisciplinar do Programa, que já recebeu profissionais farmacêuticos, dentistas, biólogos, médicos, psicólogos, médicos veterinários, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais. “Temos esse diferencial pela interdisciplinaridade voltada para a saúde, pois somos o primeiro PPG com esse foco na região, trabalhando também com o desenvolvimento de tecnologias dentro do Programa”, conta.

“O PGG em Ciências da Saúde tem uma interface importante com o Hospital Universitário da UEPG e a aprovação do Doutorado proporcionará formação de doutores que trabalham na busca de soluções para desafios de saúde cada vez mais complexos”, comenta Giovani. Para ele, o curso irá atender uma demanda da região em uma área multiprofissional, argumento também utilizado pela professora Dionízia. “Muitos precisavam ir para outros estados para fazer um Doutorado e agora temos a esperança de que nossos alunos deem continuidade na pós-graduação aqui”.

São três linhas de pesquisa trabalhadas no PPG – investigação laboratorial, pré-clínica e clínica de doenças; assistência integral à saúde e qualidade de vida; e pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica em saúde. “Agora, nós almejamos a nota cinco na Capes. Vamos incentivar mais a produção acadêmica, como artigos científicos, produtos, patentes e materiais informativos para a população”. O corpo docente já se prepara para sanar as expectativas dos candidatos quanto ao processo de seleção para a primeira turma do Doutorado. “Estamos animados, pois qualificamos profissionais que irão retornar para a população pesquisas de qualidade, em área importantes da saúde”, completa.

Estudos da Linguagem

O programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem existe na UEPG desde 2012, qualificando cerca de 20 mestres por ano. Até o momento, foram 204 defesas no PPG, com previsão de mais até o final do ano. “O Programa conta com um elevado número de pós-graduandos e uma vasta produção de conhecimento na área, além ser um importante formador de recursos humanos”, descreve o pró-reitor. Como informa Giovani, o PPGEL tem um papel crucial para compreender a comunicação humana, a diversidade linguística e o discurso. “O Doutorado irá desempenhar um papel de promoção da compreensão intercultural e na melhoria das habilidades de comunicação em um mundo globalizado”, acrescenta.

O projeto aprovado foi submetido em 2021, depois de duas tentativas. “Nosso projeto é um amadurecimento dos anteriores, com algumas mudanças na estrutura do curso e inclusão de ações em perspectivas internacionais, como cursos de idiomas, e ações afirmativas para estudantes”, explica o professor coordenador do PPGEL, Evanir Pavloski. A área de concentração da Pós é ‘Linguagem, identidade e subjetividade’. “O Programa tem uma grande importância, não só para Ponta Grossa, mas também para toda a região, então Doutorado vai atender uma demanda represada de alunos que precisavam sair da cidade ou ir para outro curso para continuar a qualificação”, destaca.

A aprovação do Doutorado chegou numa segunda-feira, com surpresa. “Ficamos tensos, porque saiu a lista dos programas aprovados e o nosso não estava na lista”, relembra Evanir. Após um tempo de espera, o boa notícia chegou. “Mudei e-mail pros professores, que ficaram bastante felizes e animados. Os alunos também, porque temos um contato forte com os egressos”. Alguns mestres, inclusive, já são professores colaboradores no curso de Letras. “Eles ficaram bastante animados, já nos perguntam quando será o início e já avisei que vamos pensar num planejamento para a seleção”, conta.

O projeto do Doutorado foi elaborado pelo professor Evanir, juntamente com Rosana Apolonia Harmuch, Márcia Cristina do Carmo, Eunice de Morais e Pascoalina Bailon de Oliveira Saleh. O planejamento é trazer professores fora da cidade para o PPG. “Vamos articular disciplinas com as do Mestrado e também pensar na organização das aulas e da orientação dos alunos”, finaliza o coordenador.

Bioenergia

Diferentemente dos dois Programas anteriores, a Pós-Graduação em Bioenergia acontece em rede com mais cinco universidades paranaenses: Estadual do Centro Oeste (Unicentro); Estadual de Maringá (UEM); Estadual de Londrina (UEL); Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); e Federal do Paraná (UFPR). São duas linhas de pesquisa trabalhadas: Biocombustíveis e Energias Renováveis. “A Bioenergia, sendo uma área estratégica no contexto da transição para fontes de energia mais sustentáveis, tem uma relação extremamente atual com a temática na busca por fontes renováveis de energia, tecnologias limpas e sustentáveis”, explica Giovani. O curso também realiza gestão eficaz dos recursos naturais. “Isso é fundamental para a mitigação das mudanças climáticas e o desenvolvimento de soluções energéticas mais sustentáveis”, adiciona.

O curso proporciona conhecimento de diferentes docentes pesquisadores e equipes institucionais, com tecnologias inovadores e de ponta em bioenergia, conforme explica a coordenadora Sandra Regina Massetto Antunes. “Nosso Programa tem um diferencial em comparação com as demais, que as linhas de biocombustíveis e energias renováveis, derivadas da biomassa”. Atualmente, no banco da Capes, estão registrados somente dois Programas em Bioenergia, um com foco na produção agroenergética e outro em bioetanol. “Nós criamos recursos humanos especializados em bioenergia e o Doutorado era algo que estamos querendo faz muito tempo”, explica.

Em funcionamento desde 2010, a notícia da aprovação do Doutorado representou um avanço para os docentes e discentes da Pós. “Trabalhamos de forma interdisciplinar, com agrônomos,  economista e engenheiros agrícolas, elétricos e químicos, sempre com o intuito de trabalhar em associação com todo o Estado”, acrescenta. A vitória é de todo o grupo, segundo Sandra. “É o resultado de vários professores durante esses anos. Agora teremos a oportunidade de formar também doutores nessa área, sempre voltada aos interesses da sociedade”, finaliza.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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