Os coordenadores do projeto “Protetor Facial” da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveram um novo modelo com aproveitamento da estrutura de capacetes de segurança. A nova proposta de suporte para a viseira permitirá aumentar a produção nos próximos dias. A iniciativa, que destina protetores faciais para profissionais da saúde e atividades essenciais, faz parte da campanha “UEPG contra o Coronavírus”.
“Nós pretendemos utilizar a carneira de capacete de segurança, que possui baixo custo e é encontrada em larga escala no mercado”, explica Maurício Zadra Pacheco, professor da UEPG e um dos coordenadores do projeto. O objetivo é otimizar o projeto e garantir uma peça de qualidade, com redução do tempo de produção. “Tem sido realmente um trabalho em equipe, com contribuições vindas de diversas pessoas. O último modelo foi desenvolvido por mim, pelo professor Amauri do Nascimento, dois alunos de mestrado e mais dois alunos de doutorado”, conta o docente da UEPG Benjamim de Melo Carvalho, também coordenador do projeto.
Desde o início da ação, a equipe de Ponta Grossa já produziu 250 protetores faciais. “Essa semana pretendemos produzir mais 500 para a distribuição aos profissionais que trabalham expostos ao coronavírus. A nossa meta é entregar 1.500 unidades de EPI, ao todo”, conta o professor Pacheco.
Produção dos Protetores Faciais
Neste final de semana, um grupo de voluntários, coordenado pelo professor Pacheco, intensificou a montagem dos protetores faciais que serão doados aos profissionais de saúde e agentes de segurança do município. A equipe, que está trabalhando no espaço cedido pela Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, produziu 100 unidades do equipamento de proteção individual.
O voluntário Samuel Mello conta a experiência de fazer parte do projeto. “Eu coordeno um grupo de jovens na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e nós ficamos muito felizes com o convite para participar da montagem dos protetores faciais. O pároco de imediato cedeu o salão para termos espaço para a atividade, evitando assim aglomeração. É gratificante poder ajudar os profissionais da saúde, assim como policiais, bombeiros, entre outros, que participam ativamente no combate à pandemia”.
Segundo o professor Pacheco, a participação dos voluntários é relevante em cada processo. “São muitas pessoas envolvidas tanto na produção, como no desenvolvimento dos modelos, além da montagem, sanitização e embalagem dos protetores, para atender às normas estabelecidas pela Anvisa”, conta.
O projeto, conforme Carvalho, envolve professores e alunos de mestrado e doutorado da UEPG, da UTFPR de Francisco Beltrão e de Ponta Grossa, empresas e profissionais que possuem impressoras 3D. “Acho importante destacar o trabalho coletivo que vem sendo realizado desde o início”.
Doações dos Equipamentos
A primeira remessa de protetores faciais produzida pelo grupo de voluntários foi destinada aos profissionais da saúde do Hospital Universitário (HU-UEPG). De acordo com o vice-reitor Everson Krum, a mobilização da comunidade, estudantes, professores e pesquisadores está gerando resultados positivos. “É uma ação voluntária de grande impacto para as equipes técnicas assistenciais do hospital e também para as equipes de higienização, que podem trabalhar com mais segurança e dedicação nesta missão de combate ao coronavírus”.
A UEPG também realizou a entrega dos equipamentos à Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Instituto de Identificação do Paraná. O grupo de voluntários está trabalhando para distribuir, nos próximos dias, os EPIs à Guarda Municipal.
O reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, afirma que o projeto de produção de protetores faciais é uma importante ação desenvolvida por professores, alunos e comunidade. “Com a industrialização comunitária destes equipamentos, está sendo possível disponibilizá-los para todo o Paraná, para profissionais da saúde, segurança e outras profissões que trabalham no isolamento. Juntos vamos vencer esta doença”.
De acordo com o professor Carvalho, as próximas remessas serão entregues à Reitoria da UEPG, que ficará responsável pela distribuição dos equipamentos conforme os pedidos dos hospitais e das forças de segurança. O projeto recebe o apoio do Governo do Estado, por meio Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), e conta ainda com outras contribuições relevantes. “Os insumos para a produção dos protetores faciais também são assegurados devido à ajuda da UEPG, do Rotary e de doações realizadas”, finaliza.
Texto: Vanessa Hrenechen Foto: divulgação