A nova chamada de Iniciação Científica publicada elo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aflige a comunidade científica nacional por restringir diversas áreas de pesquisa e interferir na autonomia universitária.
O texto traz uma afirmação preocupante: “São também considerados prioritários, diante de sua característica essencial e transversal, os projetos de pesquisa básica, humanidades e ciências sociais que contribuam, em algum grau, para o desenvolvimento das Áreas de Tecnologias Prioritárias do MCTIC e, portanto, são considerados compatíveis com o requisito de aderência solicitado”. Nesta compreensão, as áreas de ciências sociais e humanidades ficariam subordinadas a outras áreas, o que é incompatível com a liberdade criativa tão necessária na pesquisa e com o próprio conceito de universidade, que depende da isonomia de pesquisa entre os vários campos do saber.
Diante desta notícia, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-graduação (FOPROP), a Academia Brasileira de Ciências, associações e colégios estaduais se manifestaram contra esse ataque aos direitos de pesquisa, um verdadeiro retrocesso que coloca em xeque o conceito de universidade mundialmente aceito.A Universidade Estadual de Ponta Grossa hoje possui 100 bolsistas nessas áreas, 38 bolsas do CNPq, 47 da Fundação Araucária e 15 com recursos próprios da Universidade. Há, portanto, pujança de pesquisa num setor de grande relevância e que muito tem contribuído para a criação de quadros qualificados nas mais diversas profissões.
O nome e a tradição da UEPG se somam aos das Sociedades, Associações e Colegiados paranaenses e brasileiros que já se posicionaram pela defesa da liberdade científica e do respeito a cada área de conhecimento. A Reitoria, a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e a DIPES assumem o compromisso de manter a autonomia de cada pesquisador independente da área, e já está organizando a distribuição de bolsas sem vinculações limitadoras para jamais restringir o direito universal à pesquisa.