A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) fechou parceria com os Policiais Militares (PM) do 1º Batalhão para realizar, ao longo do ano, os exames de saúde dos agentes da corporação. O Projeto de Extensão, coordenado pela professora Márcia Viviane Marcon, envolve os professores e alunos do curso de Farmácia e atenderá em média 700 policiais da região.
Segundo a professora, serão realizados exames como hemograma, glicose, creatinina e o perfil lipídico que consiste em colesterol total, as frações HDL, LDL e triglicerídeos. “Mas, caso haja uma doença pré-existente ou suspeita de uma patologia, o médico pode solicitar outros exames complementares para o acompanhamento”.
“Além disso, nós também levantaremos os dados antropométricos deles, como o peso, altura, IMC, circunferência da cintura, circunferência do quadril e a relação cintura/ quadril. O objetivo é avaliar questões como obesidade, tendência à síndrome metabólica e outras patologias”, explica a professora.
Para definir o perfil completo dos agentes, os acadêmicos de farmácia também aplicarão um questionário referente ao estado físico, emocional e nutricional deste grupo. “São perguntas sobre a prática de esportes, os hábitos de vida, o nível de estresse no dia a dia e também quais os alimentos que eles mais consomem, se possuem uma dieta regular e quantas refeições fazem diariamente, por exemplo”, conta Márcia.
De acordo com o Reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, o objetivo é ter o máximo de proximidade com a sociedade em geral, envolvendo vários setores. “O Projeto é importante tanto para quem faz o acompanhamento, nesse caso os policiais, porque ajudamos a melhorar a qualidade de vida desses funcionários públicos que cuidam da segurança da comunidade, quanto para os nossos professores e alunos que atuam nesse campo, visto que os exames são feitos no nosso Laboratório Escola. Além disso, é uma maneira da Universidade contribuir com a segurança pública”, afirma.
Segundo o chefe de gabinete da reitoria, professor Rauli Gross, no Brasil faltam dados e análises sobre a saúde dos policiais. “Com o mapeamento, o curso de Farmácia pode desenvolver pesquisas, trabalhos e estudos referentes a esse grupo específico. É importante lembrar que a profissão de policial e bombeiro gera um nível de estresse que pode interferir no sono e na alimentação deles. Com a pesquisa, será possível dizer de que forma a rotina de trabalho interfere na qualidade de vida dos agentes”.
Para a definição dos grupos, os PM’s serão divididos de acordo com cada mês de aniversário. “Com o resultado dos exames é possível tratar possíveis patologias mas, também trabalhar de forma preventiva para evitar a manifestação de determinadas doenças”, reforça Rauli Gross.
O projeto de extensão conta com a participação de 6 acadêmicos e 5 professores que orientam as atividades. “Nós pretendemos abrir mais 3 vagas para estudantes. Além desses alunos, também contamos com a participação dos estagiários do Laboratório Escola na realização dos exames”, diz Márcia. Conforme explica a coordenadora do projeto, a intenção é que a pesquisa seja aplicada em outras regiões do país. “Nós somos pioneiros nesse tipo de estudo e pretendemos compartilhar o modelo com outras Universidades”, finaliza a docente.
Texto: Vanessa Hrenechen / Foto: Afonso Verner