UEPG recebe delegação de pesquisadores do Japão

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Na última sexta-feira (21), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu uma delegação de pesquisadores e professores japoneses para a missão “Diálogos científicos Paraná-Japão para a inovação na área de Alimentos”, uma visita que busca fortalecer a cooperação bilateral entre Japão e o estado do Paraná nas áreas de Insumos e Economia Agrícola, Engenharia Genética Animal e Vegetal, Automação de Processos Agrícolas, Métodos e Técnicas Avançadas de Diagnóstico para Doenças Animais e Vegetais, e Alimentos Funcionais. 

A presença da comitiva na UEPG e nas universidades estaduais do Paraná faz parte de uma programação que visa dar continuidade às tratativas iniciadas durante a missão ao Japão, realizada por uma equipe de brasileiros que esteve em diversas cidades japonesas, no início de 2024, e tem o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti-PR) e da Fundação Araucária (FA) e articulada pelo deputado federal Luiz Nishimori.

Para o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Nelson Bona, a visita representa “um marco significativo em nossa colaboração contínua com as universidades japonesas, reforçando os laços entre nossas comunidades acadêmica e científica”. A delegação é composta por onze professores e pesquisadores de universidades do Japão, como a Universidade de Tsukuba, Universidade de Tokyo, Universidade de Utsunomiya, Universidade de Kagawa, além de diversos institutos de pesquisa.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Warhaftig, declara que “estamos construindo mais um capítulo de sucesso nesta honrosa história de cooperação”. Na ocasião da primeira missão da comitiva brasileira, em 2024, Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, declarou que há um vínculo permanente entre os dois países, algo que vai além dos processos de imigração do passado. 

O vice-reitor da UEPG, professor Ivo Mottin Demiate, participou da cerimônia de recepção aos visitantes no auditório do Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância (Nutead) e ressaltou a importância para a UEPG da parceria que se forma. Ele destaca que a Universidade tem muito a oferecer: “nossa região é chave em produções de interesse para o Japão e a UEPG se destaca muito na pesquisa na área de produção de alimentos, que é desenvolvida em várias áreas por pesquisadores com experiência internacional”.  

Durante a abertura do encontro na UEPG, o assessor-chefe para Relações Institucionais e Cooperação Internacional da Seti PR, Paulo Afonso Schimidt, ressaltou o papel de cada universidade para receber a comitiva japonesa. “Cada universidade tem sua própria característica, mas em todas houveram conversas produtivas, que irão possibilitar boas iniciativas de cooperação com o Japão. Assim abriremos mais oportunidades para nossos alunos, em ações de mobilidade e intercâmbio com as universidades japonesas”, celebra o assessor.

“Foi uma missão longa, mas creio que os visitantes estão dispostos a fazer um bom trabalho conosco. Ela foi importante para trazer novas oportunidades de troca internacional, em áreas como produção de alimentos, melhoramento molecular e conservação ambiental”, destaca o delegado da missão japonesa na UEPG, professor Ricardo Ayub, do Programa de Pós-graduação em Agronomia da Universidade. Ele reforça a confiança na Seti para formalizar essa parceria por meio de acordos de cooperação.

Novos olhares, parcerias históricas 

“Nossa passagem pelas universidades paranaenses atende um maior interesse em conhecer como se estuda e produz alimentos no estado, com foco na preservação ambiental e na produção agrícola exportada ao Japão”, exalta o coordenador da missão, professor Kazuo Watanabe, da Universidade de Tsukuba. O pesquisador visitante também ressalta o interesse em dialogar com a comunidade de descendentes de japoneses (nikkei) do Paraná e compreender a sua cultura.

A cerimônia de boas-vindas deu lugar a um momento de troca de conhecimentos. Os pesquisadores japoneses se distribuíram em cinco salas, de acordo com os temas de interesse, e se reuniram com os professores e estudantes da UEPG em grupos de trabalho para debater sobre a produção acadêmica nas diversas áreas ligadas às ciências do campo. 

Mariza Tulio, diretora interina do Escritório de Relações Internacionais da UEPG (ERI), celebra a troca de conhecimentos entre a Universidade e os convidados e afirma que “esta colaboração entre as nossas instituições trará frutos valiosos não apenas para a ciência e inovação, mas também para o desenvolvimento sustentável global”.

Uma UEPG aberta para a troca de conhecimentos

No período da tarde, a comitiva japonesa conheceu de perto diversas instalações da UEPG. A visita teve início no Centro de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu), no Campus Uvaranas, e foi guiada e traduzida pela bolsista do ERI Rafaela Martins. Ao longo da tarde, puderam ver algumas das tecnologias e técnicas de última geração empregadas na pesquisa da produção de alimentos. 

Em seguida, ainda no campus, a comitiva se dividiu e conheceu as instalações do Bloco M, do curso de Engenharia de Alimentos, na Escola Tecnológica de Leite e Queijos dos Campos Gerais (ETL-Queijos) e da Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon).

Segundo o professor Luiz Lacerda, a visita foi um acontecimento ímpar. “Estivemos com os professores Hiroto Tamura e Marlon Rivera, das Universidades de Kagawa e Tsukuba, respectivamente. Na sexta pela manhã, participamos de uma reunião para apresentar as linhas de pesquisa de todos os participantes. Já durante à tarde, levamos os pesquisadores para conhecer o complexo do C-Labmu, e em seguida, nossos laboratórios do departamento de Engenharia de Alimentos”, comenta. “O processo foi bastante produtivo, uma vez que foi possível identificar possibilidades de pesquisas em conjunto, além da troca de informações culturais dos dois países” 

Lacerda ainda ressalta que, no quesito internacionalização, o evento foi um passo importante para vislumbrar trabalhos futuros que possam viabilizar pesquisas em parceria e mobilidade acadêmica.

O professor Nayoya Fukuda, da Universidade de Tsukuba, esteve na Fescon, onde aprendeu sobre a rotação de culturas e outras técnicas empregadas no cultivo e colheita de produtos como soja e milho desenvolvidas na região. “O objetivo da nossa missão foi a troca de conhecimentos e realizamos ela com sucesso”. 

Texto e fotos: Domi Gonzalez e Gabriel Miguel.


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