A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu na última semana a visita de uma comitiva da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). O grupo, que esteve na UEPG nos dias 18 e 19, conversou com professores e técnicos da UEPG e visitou os Laboratórios Multiusuário da Universidade, a fim de conhecer os espaços e compreender melhor sobre a filosofia, funcionamento e implantação desse tipo de laboratório. Estiveram presentes o vice-reitor da UENP, professor Fabiano Gonçalves Costa, a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação, professora Vanderléia da Silva Oliveira, a diretora de pesquisa, professora Christiane Luciana da Costa entre outros professores dos campi de Cornélio Procópio, Bandeirantes e Jacarezinho.
Logo após, os visitantes foram recebidos no gabinete da reitoria, pelo reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. “A visita da comitiva da Uenp foi muito importante para o sistema de Ensino Superior Paranaense, porque eles conheceram uma política muito importante para nós, que é a política dos Laboratórios Multiusuário. Laboratórios que antes eram só das áreas mais duras da ciência, na UEPG, se estenderam também para as Ciências Humanas, Ciências Sociais”, avaliou o reitor. Sanches Neto complementou que este é um exemplo de projeto de sucesso e de vanguarda da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que pode ser referência para uma cultura de projetos multiusuário no Paraná.
As visitas aos laboratórios aconteceram na sequência, partindo do Centro Integrado de Pesquisa e Pós-graduação (CIPP), o primeiro Laboratório Multiusuário implantado na UEPG. “Lá no CIPP conhecemos o primeiro Labmu que nós tivemos. Visitamos os diferentes laboratórios e os equipamentos lá localizados. Na sequência, a visita foi no C-Labmu, onde os técnicos e o professor Pianaro apresentaram os equipamentos e espaços do prédio. “Nós continuamos as visitas no C-Labmu,, que é o prédio novo ao lado da Prefeitura do Campus. O professor Pianaro apresentou para eles o sistema de gestão das análises nos Laboratórios Multiusuário: como são elaboradas as fichas, como o professor ou um aluno de iniciação científica, mestrado ou doutorado faz a apresentação das fichas; como essas fichas são recebidas pelo laboratório; como são feitas as análises; como retorna o resultado ao pesquisador; e também como isso tudo é normatizado, colocado em gráfico e planilhado para gerar as estatísticas do laboratório”, relatou o professor Paulo Vitor. Segundo o professor, os visitantes também “perguntaram muito sobre manutenção e sobre como é feita a compra dos equipamentos. Nesse momento, todas as dúvidas foram tiradas com relação à gestão dos Laboratórios Multiusuário”. O professor Pianaro avalia que a visita foi muito proveitosa e que os professores gostaram de conhecer o espaço. “Os professores ficaram muito satisfeitos com o que viram. É o C-LABMU UEPG servindo como modelo para outras Instituições!”, destaca.
Os Laboratórios Multiusuário
A UEPG é precursora da ideia e implantação de Laboratórios Multiusuário, ou seja, laboratórios que podem ser utilizados por professores e alunos de diferentes áreas do conhecimento, e não apenas de um único departamento. Além disso, esses laboratórios servem para pesquisas e análises conduzidas pela comunidade externa à UEPG. A implantação da política multiusuário na UEPG iniciou em 2008. Em março de 2009 foi publicada a resolução CA 99, que regulamenta o Complexo de Laboratórios Multiusuário da Universidade. “Essa característica de laboratórios foi instituída na UEPG a mais de uma década e hoje possui desmembramentos em várias áreas de pesquisa e em diferentes prédios de nossa instituição. O complexo de laboratórios possui uma robusta quantidade de equipamentos de ponta e conta com agentes universitários qualificados, além de bolsitas técnicos de nível superior aptos a trabalharem com eles. A forma de funcionamento do nosso sistema e a qualidade de nossos resultados é conhecida em todo o estado”, explica o pró-reitor de graduação, professor Giovani Marino Fávero.
“A filosofia dos Laboratórios Multiusuário está baseada em alguns princípios. O primeiro princípio é o da economicidade: não se tem equipamentos e espaços repetidos. Outro princípio é da transdisciplinaridade: porque você tem dentro de um mesmo laboratório pessoas de diversas áreas que atuam com aqueles equipamentos ou com aquelas temáticas. E a UEPG foi vanguarda no Brasil na modificação do seu modelo de laboratórios, que não são mais prioritariamente de pesquisadores ou de grupos de pesquisa, e sim laboratórios institucionais, coletivos e que recebem todo o apoio de suporte financeiro da instituição, com isso dando mais oportunidade para pesquisas, não só da UEPG, mas pesquisas inclusive com grupos de outras universidades e outras instituições que não sejam universitárias” ressalta.
O professor Sidnei Antonio Pianaro, do Departamento de Engenharia de Materiais, destaca que a UEPG é hoje referência no assunto, servindo de modelo e inspiração para outras instituições. “O CLABMU/UEPG é constantemente é procurado por outras instituições de ensino e pesquisa que buscam um modelo de gestão para os seus Laboratórios Multiusuário. Isto se deve principalmente à descentralização do C-Labmu a qualquer departamento ou setor da Universidade, sendo o mesmo ligado diretamente à Propesp. Dessa maneira, o atendimento a todos os usuários é realizado de forma democrática e sem amarras burocráticas”, aponta.
O professor Paulo Vitor Farago, Diretor de Pesquisa da UEPG, destaca que essa visita realizada pela Uenp aos laboratórios ajuda a fomentar a política multiusuário. “Eles realmente não conheciam a filosofia multiusuário. A UEPG é uma precursora nisso, com equipamentos de médio e grande porte sendo disponibilizados a toda a comunidade, inclusive à comunidade externa. E também pela maneira de gestão, com os laboratórios sendo ligados à PROPESP, com todas as manutenções – sejam preventivas ou corretivas – feitas pela pró-reitoria, pra atender toda a pesquisa institucional e também prestar serviços a outras instituições, sejam públicas ou privadas, que precisem fazer análises nos nossos laboratórios. Então eles gostaram muito do arranjo da pesquisa e dos Laboratórios Multiusuários da UEPG, e estão levando muitas ideias para serem concretizadas na estrutura deles. Eles têm um regulamento novo e estão implantando a filosofia multiusuário na universidade deles. Então, foi muito válido e muito enriquecedor ver como isso se aplica na nossa instituição”, conclui.
Texto e fotos: Cristina Gresele